Portugal inicia frente à Bélgica “um caminho novo”

A selecção nacional de râguebi regressa neste sábado ao Championship, a principal divisão das provas organizadas pela Rugby Europe.

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Patrice Lagisquet comanda a selecção portuguesa desde Junho Rui Gaudencio

Três anos, dez meses e 13 dias depois de disputar pela última vez um jogo no escalão mais alto das competições organizadas pela Rugby Europe – o Torneio das Seis Nações é um evento promovido por privados -, Portugal regressa neste sábado ao Rugby Europe Championship com ambições reforçadas. Com um novo seleccionador (o francês Patrice Lagisquet), a selecção portuguesa recebe (15h00, SPTV3) no Estádio Universitário de Lisboa a Bélgica e, apesar de este ser, em teoria, o confronto mais acessível para o XV nacional, Lagisquet procurou na antevisão da partida retirar pressão sobre os jogadores.

Após três anos a disputar o Rugby Europe Trophy, competição onde Portugal venceu sempre todos os jogos, acabando batido pela Bélgica, em 2017 (29-18), e Roménia, em 2018 (36-6), no play-off de acesso ao Championship, os Lobos garantiram o regresso à elite da Rugby Europe com a vitória em Junho do ano passado em Frankfurt, frente à Alemanha, por 37-32, naquele que foi o último jogo de Martim Aguiar no comando da equipa portuguesa.

Superado o play-off, a Federação Portuguesa de Rugby (FPR), novamente com Carlos Amado da Silva no seu comando, procedeu a uma reformulação nas selecções, entregando a liderança da equipa de XV a Lagisquet, que conta com o auxílio de Frederico Sousa, técnico que no passado já tinha sido seleccionador nacional.

A mudança de rumo foi nesta sexta-feira explicada por Amado da Silva como um “caminho novo” que, segundo o presidente da FPR, se vai traduzir num “percurso de quatro anos” onde os objectivos passam por “reafirmar uma posição” que Portugal já teve, garantindo depois um lugar no Mundial 2023.

Responsável por liderar a condução no novo caminho, Lagisquet foi cauteloso na abordagem ao jogo frente aos belgas. Com um currículo de qualidade como atleta – vestiu por 46 vezes a camisola de França -, Lagisquet, que, em 2006, foi considerado pelo Midi Olympique, um dos jornais de referência do râguebi gaulês, como o “melhor treinador de França”, lembrou que os Lobos vão entrar hoje em campo com “muitos jogadores com menos de 22 anos”.

O técnico considera que é importante “competir a este nível para ganhar mais experiência”, mas confrontado com o peso que a partida pode ter na qualificação final do grupo – um triunfo deixará Portugal em excelente posição para evitar o play-off -, Lagisquet sublinhou que é importante não colocar “muita pressão” nos atletas portugueses: “Seria mau. Quando há cinco jogos para fazer, não se pode dizer que está tudo perdido após o primeiro jogo.”

No regresso ao Championship, Portugal tem nos convocados meia dúzia de jogadores que competem no estrangeiro, mas, mais uma vez, os mais destacados atletas portugueses profissionais que competem em França ficaram de fora. Lagisquet reconheceu que no futuro vai precisar de “alguns desses jogadores”, porque “as forças e fraquezas do râguebi português” estão detectadas: “Precisaremos de jogadores mais poderosos para competir contra outras selecções do Championship. O râguebi começa sempre pelos avançados e, sem bons avançados, não consegues ter a bola.”

Para além do Portugal-Bélgica, neste sábado vão também realizar-se os outros dois jogos da 1.ª jornada do Rugby Europe Championship: Rússia-Espanha (11h00, em Sochi) e Geórgia-Roménia (14h00, em Tbilissi).

XV de Portugal: 1 - Ivo Morais, 2 - Lionel Campergue, 3 - Diogo Hasse Ferreira, 4 - José Madeira, 5 - José R. Andrade, 6 - David W. Carvalho, 7 - João Granate, 8 - Thibault Freitas , 9 - João Belo, 10 - João Lima, 11 - José Vareta, 12 - Tomás Appleton, 13 - António Vidinha, 14 - Danny Antunes, 15 - Manuel Cardoso Pinto.

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