Trump diz que está para breve assinatura do acordo com a China

Presidente norte-americano afirma que acordo “está a ser traduzido”. Pequim adianta que os dois países estão em “estreita comunicação”.

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Trump falou à imprensa na véspera de Natal, depois de participar numa vídeoconferência com militares norte-americanos Reuters/LEAH MILLIS

Está para breve a assinatura do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. A garantia é do presidente norte-americano, Donald Trump.

Até ao momento pouco mais se sabe sobre a formalização desta trégua entre as duas maiores potências mundiais. Não se conhece a data precisa, nem o local onde os dois chefes de Estado irão encontrar-se para assinar o acordo que porá fim à guerra comercial que se arrasta há 20 meses e que tem contribuído, juntamente com o Brexit, para lançar nuvens sobre a evolução da economia global.

O que há, por enquanto, são as declarações feitas por Trump aos jornalistas, em Palm Beach, na véspera de Natal, assegurando que a oficialização do acordo está muito próxima: “Sim, teremos uma cerimónia de assinatura”, e não tardará muito, porque “queremos concluir o assunto”. “O acordo está feito e está a ser traduzido”, adiantou Trump.

Já esta quarta-feira, numa conferência de imprensa, em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, escusou-se a divulgar data e local, referindo apenas que “as duas equipas estão em estreita comunicação” para concluir vários temas, “incluindo a assinatura do acordo”.

Foi no passado dia 13 que os dois países anunciaram ter finalmente alcançado um entendimento para “a fase um” do acordo comercial, que permitirá estancar os danos de um conflito que tem tido, até à data, mais impacto na economia chinesa, que atravessa neste momento uma fase de abrandamento (no terceiro trimestre cresceu ao ritmo mais baixo em 26 anos).

Em troca de uma redução das tarifas alfandegárias, a China estaria disposta a comprar mais produtos norte-americanos e a dar resposta a algumas das preocupações de Washington.

Classificando-o como “histórico e exequível”, o responsável pelo desenvolvimento da política comercial norte-americana (United States Trade Representative), Robert Lighthizer, sublinhou, em comunicado (divulgado no dia 13), que o acordo alcançado exigirá “reformas estruturais e outras mudanças no sistema económico e comercial chinês”, em áreas como a “propriedade intelectual, a transferência tecnológica, a agricultura, os serviços financeiros e a política cambial e monetária”.

Na última sexta-feira, dia 20 de Dezembro, foi a vez do presidente chinês vir defender as virtudes do acordo de nove capítulos alcançado entre as delegações dos dois países. O compromisso aborda temas como propriedade intelectual, transferência tecnológica, produtos alimentares e agrícolas, produtos financeiros, taxas de juro e transparência, desenvolvimento comercial e resolução de disputas.

O líder chinês assegurou que os dois países continuariam em contacto para finalizar o documento, embora se tenha manifestado “seriamente preocupado” com o envolvimento de Washington em questões como as de Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e o Tibete.

O tema foi, segundo a Xinhua, abordado num telefonema entre os dois chefes de Estado, em que Xi Jinping manifestou desagrado pelo facto de os Estados Unidos interferirem em “assuntos internos” chineses.

Nesse mesmo dia, também Donald Trump anunciou, através do Twitter, ter mantido “uma boa conversa” com o homólogo chinês e garantido que a China já deu início a um programa de compra “em larga escala” de produtos agrícolas norte-americanos e que “a assinatura formal do acordo está a ser preparada”.

“Também falámos sobre a Coreia do Norte, em que estamos a trabalhar com a China, & Hong Kong (progresso!)”, tweetou Trump.

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