Maló abre mais três clínicas e quer trazer turistas para tratar os dentes em Portugal
Nova equipa de gestão das clínicas Maló quer apostar no turismo de saúde e fazer parcerias com agências de viagens. Sociedade gestora Atena Equity Partners diz que tem 15 milhões de euros para investir no negócio.
A sociedade gestora Atena Equity Partners anunciou esta terça-feira que tem, para já, 15 milhões de euros para investir nas clínicas Maló, grupo fundado por Paulo Maló.
Quatro milhões de euros deste valor são para ser aplicados já nos próximos três anos. Depois de ter fechado três clínicas que não eram consideradas rentáveis, nomeadamente em Sintra, Guimarães e Loulé, está a ser projectada a abertura de outras três.
Ao PÚBLICO, o gestor João Rodrigo Santos referiu que vai ser construída uma clínica maior em Portimão, no Algarve, para dar resposta à procura que aumentou na região, e estão previstas mais duas no Centro e Norte de Portugal.
O gestor recusou falar em despedimentos e preferiu usar a palavra ajustamentos: “Não vamos fazer nenhum despedimento colectivo, mas obviamente serão necessários ajustamentos”.
João Rodrigo Santos referiu que os primeiros quatro milhões de euros disponibilizados, para além das novas clínicas, vão servir também para investir na inovação tecnológica das clínicas já existentes, e afirmou que vai ser feito um investimento no turismo de saúde.
Ou seja, em vez de abrir clínicas no exterior, a Maló vai apostar em fazer parcerias, quer com agências de turismo, quer com outros parceiros, como por exemplo com dentistas formados em Portugal nas clínicas Maló.
“Foram formados nove mil dentistas em Portugal nas clínicas Maló”, referiu sublinhando também que hoje já existem agências de viagens já especializadas em turismo dentário.
Para a estratégia de internacionalização passa por aí e por manter e abrir mais clínicas na Polónia, o único país onde a estratégia de internacionalização do grupo levada ainda a cabo por Paulo Maló resultou.
De acordo com João Rodrigo Santos, os negócios nos Estados Unidos, no Brasil e em Macau falharam totalmente.
“Foi sobretudo porque existem barreiras nesses países porque os médicos portugueses não podiam operar lá e o processo de formação de clínicos locais acabou por demorar mais do que o previsto”, explicou o gestor, segundo o qual a marca e o nome Maló serão para manter no futuro.
Como argumento, João Rodrigo Santos referiu que a base do negócio está na técnica, que é reconhecida internacionalmente, e na investigação nesta área que coloca as clínicas Maló na frente desta área de negócio e não o seu fundador. Paulo Maló, segundo o gestor, tratou menos de 0,5% dos cerca de 27 mil clientes que passaram pela Maló Clinic no ano passado. “Esta é a realidade do ponto de vista dos pacientes”, afirmou.
Outro objectivo da nova equipa de gestão da Maló Clinic é obter um crescimento médio anual de 5% e um volume de negócios de 47 milhões de euros até 2025.
Recorde-se que grupo está em Processo Especial de Revitalização (PER), devido à dívida que tinha de cerca d 67,5 milhões de euros junto de vários credores, e da qual conseguiu que fossem perdoados mais de 40 milhões de euros. Só o Novo Banco perdoou 25 milhões. A dívida do grupo actualmente ronda os 27 milhões de euros.