Hoteleiros algarvios pedem celeridade no crédito para perdas da Thomas Cook

Prejuízo antecipado por 28 empresas turísticas da região ascende a 4,4 milhões de euros.

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Falência do operador turístico britânco deixa muitas facturas por pagar Reuters/BORJA SUAREZ

Os empresários da hotelaria algarvios solicitaram ao Turismo de Portugal uma resposta célere para que “rapidamente sejam concedidos os créditos de tesouraria” para fazerem face aos prejuízos da falência da Thomas Cook.

O anúncio foi feito este sábado aos jornalistas, pelo vice-presidente do Turismo de Portugal, Filipe Silva, à saída da reunião na Região de Turismo do Algarve (RTA), na qual se procurou indicar os procedimentos a adoptar pelas empresas lesadas junto de cada mercado face aos créditos, vencidos e por vencer, resultantes de serviços prestados a este operador.

Filipe Silva revelou ainda que o Governo está a apurar junto dos diferentes mercados emissores quais os administradores de insolvência das diferentes subsidiárias da Thomas Cook e quais os canais “por onde as empresas podem começar a trabalhar” para tentar recuperar os seus créditos.

Outra das medidas anunciadas e a “implementar rapidamente” pelo Turismo de Portugal é uma campanha de promoção dos destinos Algarve e Madeira, os dois mais afectados por esta falência, com a intenção de aumentar “os níveis de confiança dos mercados emissores”, de forma a “estimular os níveis de procura da temporada de inverno”.

As medidas foram recebidas com agrado pela RTA, que fala num prejuízo apurado de quase 4,4 milhões de euros, “apenas com as 28 empresas presentes na reunião de hoje”, afirmou aos jornalistas João Fernandes, presidente da RTA.

A rapidez na atribuição da linha de crédito anunciada pelo Governo, com um montante até 1,5 milhões de euros, foi um dos pontos destacados por João Fernandes, já que vai permitir às empresas “suprir os problemas de tesouraria”.

A campanha de divulgação do Algarve em “sete mercados” é uma aposta que vai permitir à região diversificar os “mercados emissores”, com apostas em vários canais de divulgação, desde “o reforço das ligações aéreas, até um investimento nos tour operadores”, para compensar a falência da Thomas Cook, mas também “um investimento nas agências de viagens ‘online’”.

Os empresários hoteleiros também saíram satisfeitos desta reunião, mas deixaram a proposta para que o reembolso da linha de crédito “passasse de três para seis anos”, afirmou aos jornalistas o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas.

O representante dos hoteleiros algarvios revelou que ainda está a ser apurado o montante de prejuízos na região criado por esta falência, mas acredita “que poderá chegar aos 15/20 milhões de euros”.

Fazendo referência aos muitos anos que opera neste sector – e às várias falências a que tem assistido –, está convicto de que os hoteleiros “não irão recuperar nem um tostão” dos serviços já prestados e afirma haver empreendimentos com “1,5 milhões e mesmo dois milhões” de dívidas de turistas durante os dois meses de época alta.

O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou falência na segunda-feira, depois de não ter conseguido encontrar fundos necessários para garantir a sua sobrevivência.

As autoridades estão agora a organizar um repatriamento de cerca de 600.000 turistas em todo o mundo.

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