Agência nuclear russa reconhece responsabilidade na explosão de foguete em base militar

A Rosatom, agência nuclear estatal da Rússia, confirmou a morte de cinco dos seus funcionários e afirmou que outros três ficaram feridos na explosão que aconteceu durante um teste de foguete numa plataforma marítima. Este foi o segundo incidente a atingir plataformas militares russas no espaço de uma semana.

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Um sinal alusivo à energia nuclear colocado na região de Arkhangelsk, no norte da Rússia Reuters

A agência nuclear estatal da Rússia reconheceu pela primeira vez este sábado que teve responsabilidade na explosão de um motor de foguete que causou um pico de radiação nas cidades mais próximas de Arkhangelsk​, numa zona próxima do Mar Branco, no norte da Rússia. A Rosatom confirmou a morte de cinco dos seus funcionários na explosão e afirmou que o acidente envolveu “fontes de energia isotópicas”, sem avançar, no entanto, mais detalhes sobre o sucedido.

O Estado russo ainda não avançou com nenhuma explicação oficial para o aumento dos níveis de radiação que se registaram a seguir à explosão que aconteceu durante um teste a um motor de um foguete naquele centro militar.

As declarações deste sábado por parte da agência nuclear Rosatom foram a primeira confirmação do envolvimento no acidente do órgão que é responsável pela indústria de energia atómica do país, uma vez que um comunicado sobre os níveis elevados de radiação divulgado pela autarquia de Severodvinsk, cidade que fica a cerca de 40 quilómetros de Arkhangelsk, era uma das únicas provas oficiais de que o acidente tinha realmente acontecido e foi, esta sexta-feira, apagado.

À agência de notícias russa Interfax, a Rosatom confirmou a morte de cinco dos seus funcionários e afirmou que outros três ficaram também feridos na explosão que aconteceu numa plataforma marítima. O combustível do foguete entrou em combustão depois de o teste estar concluído, provocando uma detonação que atirou várias pessoas para as águas do Mar Branco. “As buscas por desaparecidos continuaram enquanto houve esperança de encontrar sobreviventes”, referiu a agência nuclear em comunicado, não avançando mais detalhes sobre o tipo de foguete ou sobre o tipo combustível utilizado.

Num outro comunicado, a Rosatom afirmou que o acidente deu-se durante o suporte técnico e de engenharia de “fontes de energia isotópicas num sistema de propulsão líquido”, mas não avançou mais explicações, mesmo depois de contactada pela Reuters.

Questionado sobre de existiu ou não uma libertação de radiação como resultado do acidente, o porta-voz da agência afirmou que não tinha nada a acrescentar às declarações divulgadas anteriormente pelo Ministério da Defesa e pelas autoridades regionais.

Inicialmente, o Ministério da Defesa tinha avançado que não foi detectado nenhum pico de radicação, facto que foi contrariado pelas autoridades locais da cidade vizinha de Severodvinsk, que reportaram um aumento breve dos níveis de radiação nas horas que se seguiram à explosão.

Desde o acidente que uma parte da baía do Mar Branco está fechada para os cidadãos e circulam fotografias de equipas de resgate a usar equipamento de protecção, incluindo máscaras de respiração, facto que está a preocupar a população que ainda não foi informada oficialmente do sucedido. Vários meios de comunicação social e agências de notícias russas dizem que vários farmacêuticos estão a reportar uma autêntica corrida aos comprimidos de iodo, composto químico usado para mitigar os efeitos da exposição à radiação, desde o dia da explosão. 

A explosão do foguete foi o segundo incidente a atingir plataformas militares russas numa semana. Na segunda-feira, uma série de explosões num depósito de armas numa base militar na Sibéria, matou uma pessoa e feriu outras 13, levando mesmo as autoridades a evacuar milhares de pessoas de zonas próximas ao acidente.

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