Combustíveis: situação nos postos “não é dramática e muito menos de alarme”

A Apetro afirma que “não há filas consideráveis nos postos” e que “grande parte” das carências já foi reposta durante o dia.

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Nelson Garrido

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) garantiu que a situação nos postos de abastecimento “não é dramática e muito menos de alarme”, e notou que o não-cancelamento da greve dos motoristas era já uma “possibilidade”.

Tendo-se registado “carência de alguns produtos, nalguns postos, a situação está bastante normalizada”, garantiu à Lusa o assessor da Apetro, João Reis, acrescentando: “Não há filas consideráveis nos postos”. Segundo este responsável, “grande parte” dessas carências já foi reposta durante o dia.

A Apetro notou ainda que o não-cancelamento da greve era já “uma possibilidade em cima da mesa” e acrescentou que agora entrarão em funcionamento os mecanismos previstos. “É preciso termos em consideração que é uma greve por tempo indeterminado, mas tudo indica que, pelo menos inicialmente, não haverá nenhum problema de maior”, concluiu.

O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) decidiram este sábado manter a greve com início na segunda-feira, por tempo indeterminado, após a realização de um plenário conjunto.

A greve é para avançar, por tempo indeterminado”, afirmou aos jornalistas o presidente do SIMM, Jorge Cordeiro, após o encontro conjunto das duas estruturas sindicais, realizado hoje à tarde em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa. O SIMM já tinha anunciado que mantinha a greve, após um plenário realizado nesta manhã em Leiria.

Portugal está, a partir de hoje e até às 23h59 de 21 de Agosto, em situação de crise energética, decretada pelo Governo devido à greve de motoristas. À greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM associou-se o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em Maio, que prevê uma progressão salarial.

O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23h59 de 21 de Agosto, o que implica “medidas excepcionais” para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.

Num parecer solicitado pelo Governo, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) considera que o executivo “tem direito a fixar serviços mínimos indispensáveis” para satisfazer “necessidades sociais impreteríveis”.

Entende o Conselho Consultivo da PGR que “a requisição civil só deverá ser utilizada, excepcionalmente, em situações em que o incumprimento ou o cumprimento defeituoso dos serviços mínimos sejam causadores de graves perturbações da vida social”.

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