Kristalina Georgieva é a candidata europeia para substituir Lagarde no FMI

A actual vice-presidente do Banco Mundial foi o nome escolhido, depois de uma votação renhida em que venceu Jeroem Dijsselbloem.

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Países que apoiaram Georgieva não representam mais do que 57% da população da UE Reuters/Eric Vidal

Ao fim de mais de 13 horas de negociações, votações e impasses, os governos da União Europeia chegaram ao nome que irão apresentar como candidato europeu à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Kristalina Georgieva, actual vice-presidente do Banco Mundial venceu a votação final contra Jeroem Dijsselbloem, depois de, antes disso, Mário Centeno, Nadia Calviño e Olli Rehn terem ficado para trás. O Ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo já felicitou publicamente Kristalina Georgieva esta noite. 

Entre os cinco nomes que constavam da lista inicial posta à consideração das diversas capitais europeias, o primeiro a decidir abandonar o boletim de votos foi Mário Centeno, logo na quinta-feira ao início do dia. 

Esta sexta-feira de manhã a sua homóloga espanhola fez o mesmo e, ao início da tarde, o abandono do ex-comissário europeu Olli Rehn deixou o holandês Jeroen Dijsselbloem e a búlgara Kristalina Georgieva sozinhos a discutir a nomeação, que foi decidida através do voto enviado por email dos governos dos 28 Estados-membros.

Georgieva, que desde o início contava com o apoio da França e de alguns países do Leste, terá conseguido transferir dos candidatos que se retiraram para si própria os votos suficientes para superar o seu adversário.

Não conseguiu, contudo, uma maioria qualificada, definida como o apoio de mais de 55% dos Estados-membros, representando mais de 65% da população da UE. Os países que apoiaram Georgieva não representam mais do que 57% da população da UE.

Isto criou um impasse, com alguns dos países que apoiavam Dijjselbloem a não aceitarem inicialmente a nomeação de Georgieva. No entanto, a situação acabou por se resolver, tendo o presidente do Eurogrupo felicitado já, através da sua conta do Twitter, a sua adversária na votação pelo resultado obtido.

Entretanto, a UE terá ainda de convencer os restantes accionistas do FMI a alterar as regras de limite de idade da instituição, já que Kristalina Georgieva já ultrapassou a idade máxima permitida. A forma como se pode superar esta dificuldade extra foi motivo de discussão entre os ministros das Finanças da UE esta sexta-feira, depois de conhecidos os resultados finais da votação.

A escolha do candidato europeu não significa que este venha a ser com toda a certeza o futuro líder do FMI. Apesar de existir um entendimento entre os EUA e a UE relativamente à manutenção de uma liderança europeia, outros países irão apresentar candidatos, que terão de ser votados a nível mundial. Todas as candidaturas terão de ser entregues até 6 de Setembro, devendo a escolha ser realizada nos primeiros dias de Outubro.

Notícia actualizada às 20h45m, com o resultado final. 

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