Exportações aceleraram em Maio, mas ainda abaixo das importações

Vendas de aviões ao estrangeiro contribuíram para aumento forte das exportações de bens. No entanto, importações também aceleraram e saldo comercial de bens deteriorou-se.

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Rui Gaudencio

As vendas de produtos portugueses para o estrangeiro aceleraram fortemente durante o mês de Maio, registando o melhor resultado dos últimos dez meses. Ainda assim, as importações continuaram a crescer a um ritmo mais forte, o que leva a balança comercial de bens a agravar-se.

De acordo com os dados publicados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, as exportações de bens portuguesas cresceram 8,7% em Maio face ao mesmo mês do ano passado. Este resultado representa uma melhoria face aos 3,1% de Abril. Durante este ano, o melhor resultado até agora tinha sido conseguido em Fevereiro, com um aumento das exportações de 5,6%.

A explicação para grande parte do crescimento das exportações encontra-se no aumento de 21,9% registado nas vendas de material de transporte, com um contributo particularmente significativo dos aviões, sinaliza o INE.

Este desempenho mais forte das exportações, contudo, não chegou para superar o ritmo de crescimento das importações de bens, que continuaram, à semelhança do que vem acontecendo desde o início do ano, a registar um ritmo de crescimento muito forte. Em Maio, a variação homóloga das importações foi de 14,7%, também o resultado mais forte deste ano. Em Abril, o crescimento tinha sido de 11,4%.

Esta combinação de números das exportações e das importações faz com que o défice da balança comercial de bens se agrave. Em Maio foi de 1631 milhões de euros, mais 480 milhões de euros do que no mesmo período do ano anterior.

Excluindo os combustíveis, as exportações de bens aumentaram ligeiramente mais (9,9%) e as importações ligeiramente menos (10,7%). Nesse caso, o défice foi de 1197 milhões de euros, mais 206 milhões do que no período homólogo.

Os dados agora divulgados pelo INE não incluem as exportações e importações de serviços, que têm vindo a contribuir muito positivamente nos últimos anos para a evolução da balança comercial portuguesa, principalmente devido ao forte crescimento das exportações de turismo.

Ainda assim, a combinação de uma tendência negativa na exportação de bens (por causa do abrandamento da economia mundial) com um reforço das importações de bens (por causa da aceleração do investimento) está a ser suficiente, de acordo com as últimas previsões do Banco de Portugal, para trazer a balança comercial portuguesa (de bens e serviços) de volta a um valor negativo já este ano.

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