Paquistão vai devolver piloto capturado à Índia

Com eleições a aproximar-se, primeiro-ministro indiano não baixa o tom da retórica belicista. Já o paquistanês Imran Khan dá alguns sinais de querer acalmar a crise.

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Manifestantes no Paquistão com um desenho do piloto capturado RAHAT DAR/EPA

O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, prometeu que o piloto militar capturado quarta-feira, quando aviões da Força Aérea indiana cruzaram espaço aéreo do Paquistão e foram abatidos, será devolvido na sexta-feira. Será “um gesto de boa vontade”, disse. As chefias militares de Nova Deli acolheram-no bem, mas recusaram confirmar que estão dispostas a reduzir o nível de tensão entre as duas potências nucleares.

O piloto, identificado como um oficial com patente equivalente a tenente-coronel, e chamado Abhi Nandan, tornou-se no rosto desta crise – que tem como palco a região da Caxemira, disputada entre os dois países vizinhos – depois de terem sido divulgados vídeos da sua captura e já em cativeiro.

“Ficamos satisfeitos por saber que o nosso piloto será libertado”, disse o vice-marechal da Força Aérea RGK Kapoor, numa conferência de imprensa dos três ramos das Forças Armadas indianas.

Antes, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que terá de disputar eleições em Maio, fez um discurso num comício em que não baixou o tom confrontacional. “O mundo está a observar a nossa vontade colectiva. É necessário que não façamos nada que permita ao nosso inimigo levantar sequer um dedo contra nós”, afirmou.

Foram as suas primeiras declarações desde que o Paquistão abateu dois aviões da Força Aérea indiana, na quarta-feira, em resposta aos bombardeamentos de algumas das suas posições pela Índia.

Islamabad respondia ao bombardeamento feito pela Índia na véspera contra posições de um grupo terrorista que actua a partir do Paquistão, o Jaish-e-Mohammad (exército de Maomé), que defende a integração de Caxemira no Paquistão, e que as autoridades indianas responsabilizam por um atentado terrorista na Caxemira indiana a 14 de Fevereiro, em que morreram 44 polícias.

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