Ministra do Mar será ouvida no Parlamento sobre estivadores por proposta do PCP

Reunião com Ana Paula Vitorino poderá acontecer no dia 11, juntando a Comissão de Agricultura e Mar e a de Economia e Obras Públicas.

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LUSA/RUI MINDERICO

Os deputados da Comissão de Agricultura e Mar aprovaram nesta terça-feira por unanimidade um pedido de audição da ministra do Mar para que Ana Paula Vitorino explique no Parlamento o andamento das negociações que teve com os sindicatos dos estivadores e com os patrões e quais as "perspectivas para uma solução do conflito laboral" que já dura há várias semanas.

A proposta para a audição da ministra partiu do PCP e pode acontecer na próxima semana, já que a comissão tinha proposto uma outra audição à governante para dia 11, terça-feira, depois do debate quinzenal.

O deputado Bruno Dias admitiu que a situação que se vive no porto de Setúbal "é muito complexa" porque se está perante um "processo laboral conflitual concreto" naquela estrutura, mas que está também relacionado com "o todo nacional" - nomeadamente com as condições laborais nos portos de Leixões e de Sines.

Em Setúbal, a paralisação dos estivadores já não é apenas às horas extraordinárias, como começou por acontecer, mas já é total e está a impedir, por exemplo, o carregamento de toda a produção da Autoeuropa. Há duas semanas, foi preciso recorrer a estivadores contratados noutros pontos do país para se carregar um navio com duas mil viaturas e chegou a ser necessária a intervenção da PSP.

O deputado comunista realçou que a ministra tem feito contactos com as duas partes do conflito, patrocinando as negociações entre estivadores e empresas da estiva, mas que não chegaram a qualquer solução. Por isso, argumentou, Ana Paula Vitorino deve ir ao Parlamento fazer um "ponto da situação e a avaliação do processo de reuniões" e dizer "quais as perspectivas para uma solução urgente para a situação de precariedade" em que se encontram dezenas de estivadores.

Todos os outros grupos parlamentares concordaram com o pedido de audição justificando com a gravidade do que se está a passar no porto de Setúbal e defenderam a necessidade de ter também na audição a comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.

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