Da braguesa de B Fachada ao mistério que era Ata Kak

Desta terça-feira até sábado, o Jameson Urban Routes volta ao Musicbox para a sua 12.ª edição, com nomes como Damien Jurado, Author & Punisher, Boogarins, Palms Trax, Anna Prior, Iceage e Brodinski.

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B Fachada Paulo Pimenta

O Jameson Urban Routes, o festival do Musicbox dedicado à “música urbana”, está de volta para a sua 12.ª edição. Dividido em oito sessões, com uma por noite nesta terça-feira e na quarta-feira, e depois duas na quinta-feira, sexta-feira e sábado, desdobra-se entre concertos, DJ sets e live acts, com bilhetes e preços diferentes para cada sessão. Tem como objectivo ter um cartaz “o mais diversificado possível”, diz ao PÚBLICO Pedro Azevedo, programador do Musicbox. “Sei que ninguém no seu perfeito juízo passa de terça a sábado à noite enfiado no Musicbox”, prossegue.

Tudo começa calmamente esta terça-feira, com o veterano cantor/compositor folk/indie-rock norte-americano Damien Jurado, cujo The Horizon Just Laughed, o seu 13.º álbum, foi editado em Maio, a regressar à sala por onde passou em 2013. A antecedê-lo, o conimbricense Sean Riley, sem os seus Slowriders, apresenta California, o seu disco de estreia a solo que saiu este ano.

Segue-se, na quarta-feira, a one man band de industrial/doom metal Author & Punisher, do californiano Tristan Shone, que era engenheiro mecânico e agora se dedica a tirar sons pesados dos instrumentos e controladores que ele próprio constrói. Lançou Beastland, o sexto disco, no início deste mês. Antes dele, actuam os lendários bracarenses Mão Morta. “O Adolfo Luxúria Canibal já actuou no Musicbox com vários projectos, mas Mão Morta é a primeira vez em 13 anos”, comenta o programador, acrescentando que esta é a noite para qual tem mais expectativas.

Na quinta-feira ao início da noite o psicadelismo é rei, com os brasileiros Boogarins, que editaram Lá Vem a Morte no ano passado e têm sido presença recorrente em Portugal e no Musicbox, e também os portugueses Keep Razors Sharp, que farão Afonso Rodrigues, o responsável por Sean Riley, voltar ao palco deste festival. A banda apresentará Overcome, o novo álbum, acabado de sair.

É também nessa noite que começam as sessões duplas. A segunda parte terá o produtor e DJ de house britânico radicado em Berlim Jay Donaldson, que actua sob o nome Palms Trax, bem como DJ sets da sua compatriota Anna Prior, a baterista de Metronomy, e do português DJ Lynce.

Sexta-feira é altura de se comemorarem os dez anos de Viola Braguesa, o EP que ajudou B Fachada a lançar a sua carreira, que foi agora regravado e reeditado. A efeméride também será assinalada no Porto, a 3 de Novembro, no Passos Manuel. A abrir o concerto estará MARIA, o projecto a solo de Maria Reis, metade das Pega Monstro, uma banda com que Fachada tem colaborado ao longo dos anos, que lançou o  EP de estreia a solo em 2017.

Ata Kak, o músico do Gana que gravou uma cassete no Canadá e depois abandonou por completo a música, só tendo voltado ao activo depois de ter sido redescoberto por Brian Shimkovitz, um norte-americano que passou anos à procura dele na década passada após ter comprado o seu álbum por acaso, estreia-se finalmente em Portugal, depois de uma tentativa falhada em 2016, acompanhado por uma banda e pelos seus passos de dança. A animar o clube estarão também as duplas portuguesas Celeste/Mariposa e Irmãos Makossa.

A última noite do festival, no sábado, conta com a estreia lisboeta da banda de rock dinamarquesa Iceage, que já passou por Paredes de Coura e lançou este ano Beyondless, o quarto álbum, pela Matador Records. Antes deles, Palmers, os punks das Caldas da Rainha sobem ao palco. “São uma das bandas em que mais acredito para 2019”, afirma Pedro Azevedo.

No campo do clubbing, actua o produtor francês Louis Rogé, que assina como Brodinski e vive entre a música de dança e o hip-hop, Paris e Atlanta. Trabalhou, ao lado de Gesaffelstein e Daft Punk, com Kanye West em Yeezus, bem como DJ sets do também rapper Mike El Nite e do produtor e figura de proa do colectivo de hip-hop Monster Jinx, DarkSunn.

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