Ronaldo fora dos convocados da selecção. Fernando Santos e FPF acreditam na inocência do jogador

O seleccionador português e o presidente da FPF acreditam na inocência de Ronaldo, acusado de violação pela norte-americana Kathryn Mayorga. O capitão da selecção portuguesa fica de fora dos jogos previstos para Outubro e Novembro.

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Cristiano Ronaldo Reuters/Heino Kalis

O jogador português Cristiano Ronaldo não está entre os convocados do seleccionador Fernando Santos para os próximos jogos da selecção nacional, contra a Polónia no dia 11 de Outubro e contra a Escócia no dia 14 de Outubro. A informação é avançada pelos jornais desportivos Record e A Bola, que referem que foi o futebolista quem falou com o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e com o seleccionador nacional, anunciando a sua decisão. 

No anúncio da convocatória para os jogos com a Polónia e a Escócia (que contam com o regresso de Eder), Fernando Santos referiu que a decisão de não convocar o capitão português foi tomada numa conversa entre ele, Cristiano Ronaldo e Fernando Gomes. “Não vou falar, não vou dar pormenores dessa conversa, são do foro interno. Essas questões ficam entre mim, o presidente e ele”, afirmou o seleccionador.

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, manifestou esta quinta-feira “total solidariedade” em relação a Cristiano Ronaldo, que é alvo de uma investigação nos Estados Unidos por alegada violação de uma mulher norte-americana.

“Em meu nome e em nome da Federação Portuguesa de Futebol expresso total solidariedade ao Cristiano Ronaldo, numa altura em que o seu bom nome e reputação estão a ser postos em causa. Acredito nas palavras que ele emitiu ontem [quarta-feira], não só porque defendo a presunção de inocência como princípio basilar de um estado de direito, mas também porque conheço o Ronaldo há muitos anos e sou testemunha do seu bom carácter”, disse Fernando Gomes, em declarações à Lusa.

Na conferência de imprensa, Fernando Santos diz que concorda com as palavras do presidente da FPF: “Aqui nem é uma questão de solidariedade, é que eu acredito naquilo que o jogador [Cristiano Ronaldo] publicou.” “Eu conheço bem o Cristiano e acredito plenamente naquilo que o Cristiano diz”, conclui.

Ronaldo terá afirmado que se trata de um afastamento temporário e que não renunciará à selecção portuguesa, refere o Record. Fernando Santos adianta que o próprio Cristiano Ronaldo tem deixado claro em várias ocasiões que está inteiramente disponível para a selecção e afirma que “nada prevê” que possa acontecer o contrário. Para já, o capitão da equipa portuguesa não integrará o plantel nos jogos previstos para Outubro e Novembro. Em Novembro, a Selecção Nacional defronta a Itália (no dia 17) e a Polónia (no dia 20).

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE

Ronaldo já não estava entre os convocados de Setembro para os jogos da selecção nacional contra a Croácia e contra a Itália; a decisão tinha sido aceite por Fernando Santos para que o jogador português se pudesse adaptar ao novo clube, a Juventus.

A acusação de Mayorga

Não se sabem quais os motivos deste afastamento temporário, mas a não-convocação de Ronaldo coincide com a acusação de Kathryn Mayorga, uma norte-americana de 34 anos que acusa o futebolista português de violação.

O caso remonta a 2009, em Las Vegas — na altura, a delatora ligou para a polícia a denunciar a situação (sem dar o nome do jogador) e acabou por assinar uma mediação extrajudicial com os advogados de Ronaldo para que não contasse nada do que tinha acontecido. A investigação foi reaberta no mês passado pela polícia de Las Vegas e foi feita uma nova queixa por parte da defesa de Mayorga, ainda que Cristiano Ronaldo negue as acusações. “Nego terminantemente as acusações de que sou alvo. Considero a violação um crime abjecto, contrário a tudo aquilo que sou e em que acredito. Não vou alimentar o espectáculo mediático montado por quem se quer promover à minha custa”, escreveu o jogador nesta quarta-feira, no Twitter.

Os advogados de Mayorga apresentarão uma acção contra Ronaldo pelos crimes de violação sexual, tentativa de assédio sexual, coacção para fraude, agressão a uma pessoa vulnerável, conspiração, difamação, abuso de processo, tentativa de silenciar o caso, tentativa de concretizar um acordo de não-divulgação, negligência e violação de contrato. Assim que for notificado, o internacional português da equipa italiana Juventus terá 20 dias para responder à queixa.

Segundo a agência Associated Press (AP), Cristiano Ronaldo contratou na quarta-feira o advogado David Chesnoff – que já defendeu grandes figuras públicas como Leonardo DiCaprio, Bruno Mars ou Paris Hilton. O advogado já emitiu um comunicado em que nega “categoricamente” as acusações de Mayorga.  

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