De Bon Iver a Aphex Twin: eis o cartaz do festival Nos Primavera Sound do Porto

Justice, Aphex Twin, Bon Iver, Swans, Angel Olsen e Elza Soares fazem parte do cartaz do festival que decorrerá em Junho de 2017.

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Paulo Pimenta

Foi esta terça-feira à noite, totalmente de surpresa, através das redes sociais, replicando a estratégia de comunicação que tem presidido ao lançamento de alguns discos nos últimos anos, que se soube do cartaz da edição de 2017 do festival Nos Primavera Sound, que vai acontecer de 8 a 10 de Junho, como habitualmente, no Parque da Cidade do Porto.

Como tem sido norma o cartaz é constituído por nomes consolidados e figuras emergentes das diversas tipologias da música popular – do rock ao hip-hop, passando pelas linguagens electrónicas. O americano Bon Iver, o inglês Aphex Twin ou os franceses Justice estão entre os nomes mais cotados.

Bon Iver, a identidade forjada pelo cantor e compositor Justin Vernon, virá apresentar o álbum deste ano, 22 A Million, a obra que pôs fim a cinco anos de silêncio, navegando entre a nostalgia da folk e inovadoras técnicas de produção. Quem está também de regresso ao palco, após longa ausência, é o inglês Aphex Twin, nome fulcral das electrónicas mais arrojadas desde os anos 1990, e a dupla francesa Justice que virá mostrar a electrónica saturada do recente álbum Woman.

Do cartaz fazem parte uma série de outros nomes firmados, como Nicolas Jaar, um dos vultos das novas gerações electrónicas e autor de um dos álbuns mais conseguidos do ano (Sirens), ou os americanos Run The Jewels, figuras de proa do hip-hop menos convencional, e Miguel, cantor americano que tanto se movimenta pelas baladas R&B como pelo frenesim funk-rock.

De Inglaterra virá o praticante mais reconhecido da sonoridade grime, Skepta, e de Los Angeles viajará Flying Lotus, talvez a figura mais excitante do hip-hop mais experimentalista dos últimos anos. Para pôr a pista de dança a funcionar haverá de contar com o minimalismo do canadiano Richie Hawtin, com a pop electrónica dos ingleses Metronomy, ou com desvario rap-punk dos britânicos Sleaford Mods.

Quem também deverá proporcionar uma performance de palco intensa são os americanos Death Grips, ou os compatriotas The Make-Up, que deverão servir uma sessão de soul-rock. A pop-folk da americana Angel Olsen, o vigor contagiante da brasileira Elza Soares, os escoceses Teenage Fanclub, as aventuras a solo do ex-The Walkmen, Hamilton Leithauser, o rock clássico dos Whitney, a soul do britânico Sempha, ou o regresso ao indie-rock dos Grandaddy serão outros dos destaques.

O festival, mais uma vez, é um espaço de diversidade, havendo lugar para projectos menos conhecidos do grande público, mas nem por isso menos revitalizantes, como a soul de Lady Wray, a country de Mikki Lane, a pop de Jeremy Jay, Cigarettes After Sex, Operators e Núria Graham, a electrónica de Bicep ou Mano Le Tough ou a magnífica folk de Weyes Blood do recente álbum Front Row Seat to Earth, Mitski ou Julien Baker.

As guitarras estarão certamente em evidência nas prestações do duo Japandroids, dos californianos The Growlers ou dos australianos King Gizzard & The Lizard Wizard e Pond. Para concertos ainda mais apocalípticos, atenções direccionadas para os sempre excelentes Swans, para os embaixadores do festival Shellac, para o psicadelismo dos The Black Angels, para o regresso dos icónicos Royal Trux, para o punk dos Against Me! ou para os promissores Wand e Cymbals Eat Guitars.

De Portugal, quatro propostas: Rodrigo Leão na companhia do australiano Scott Matthews, Samuel Úria, os Evols e os First Breath After Coma. Em relação ao cartaz do Primavera Sound de Barcelona, muito maior em termos de dimensão, nota-se a ausência dos Arcade Fire, Frank Ocean, Van Morrison, Grace Jones, Slayer ou Solange.

 

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