Presidente do Eurogrupo admite nova flexibilização do défice

Jeroen Dijsselbloem diz ser tempo de Portugal cumprir aquilo que ficou acordado com os parceiros europeus.

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Antes do encontro com Vítor Gaspar, Jeroen Dijsselbloem esteve com Cavaco Silva Bruno Simões Castanheira

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, confirmou nesta segunda-feira que Portugal poderá vir a beneficiar no futuro de uma nova flexibilização dos objectivos do défice público, caso as condições económicas o venham a exigir.

Na conferência de imprensa que realizou em Lisboa em conjunto com Vítor Gaspar, Jeroen Dijsselbloem, que também é ministro das Finanças da Holanda, disse que, caso Portugal atinja os objectivos definidos para o défice estrutural, “se for necessário dar mais tempo a Portugal, então esse tema [a flexibilização adicional do objectivo para o défice nominal em 2014] será debatido”.

O líder do Eurogrupo salientou, contudo, que agora é tempo de cumprir aquilo que ficou acordado no decorrer da sétima avaliação do programa de ajustamento, onde já se tinha decidido o adiamento de 2014 para 2015 do objectivo do défice de 3%.

Dijsselbloem garantiu ainda que Portugal não fez para já qualquer pedido oficial para uma nova flexibilização do objectivo do défice. Do lado da Comissão Europeia, falar já numa flexibilização do objectivo do défice é prematuro.

Vítor Gaspar, que não gostou que os jornalistas portugueses perguntassem a um representante estrangeiro se o Governo português tinha efectuado um pedido oficial de flexibilização das metas, defendeu também que o essencial é agora cumprir o que ficou acordado, lembrando, no entanto, o novo princípio assumido pelas autoridades europeias de que o importante é cumprir os limites definidos para os défices estruturais.

De igual modo, Passos Coelho reconheceu no último debate quinzenal no Parlamento que uma nova flexibilização do défice do próximo ano é um objectivo do Governo. "Não é de excluir, por parte do Governo, que uma flexibilização dessas metas possa ser importante para 2014", afirmou, defendendo contudo que Portugal deve "fazer o que está ao seu alcance para poder respeitar os limites acordados". "A nossa obrigação é fazer com que os nossos esforços possam ir ao encontro do que ficou definido como meta preferencial", afirmou, embora lembre que "já aconteceu noutras circunstâncias adquirirmos flexibilidade para essas metas".
 
 
 
 
 

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