Governo reabre candidatura para sede da Agência Europeia do Medicamento

Informação foi confirmada ao PÚBLICO por Manuel Pizarro, vereador do PS e candidato socialista à Câmara do Porto.

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Paulo Pimenta

O Governo vai reabrir o processo de escolha da cidade portuguesa que deverá ser apresentada a Bruxelas como candidata a sede da Agência Europeia do Medicamento. A informação foi confirmada ao PÚBLICO por Manuel Pizarro, vereador do PS e candidato socialista à Câmara do Porto.

Pizarro convocou uma conferência de imprensa para o final da tarde deste sábado, às 19h, para abordar este tema que levou à escolha de Lisboa como candidata portuguesa. Porém, uma decisão que mereceu o apoio unânime no Parlamento gerou, subitamente, um coro de críticas contra o "centralismo" de Lisboa.

De acordo com uma nota do Ministério da Saúde à agência Lusa, o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura de forma a incluir também a cidade do Porto, referindo que o Porto, tal como Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

A 11 de Maio, todos os deputados da Assembleia da República votaram a favor de um voto de saudação pela “fixação da sede da Agência Europeia de Medicamentos em Lisboa”. A sede da agência está actualmente em Londres, mas deverá ser relocalizada devido às negociações do “Brexit”, a saída do Reino Unido da União Europeia. Aparentemente, o voto passou despercebido até que a polémica estalou.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, escreveu uma carta ao primeiro-ministro a mostrar o interesse e a disponibilidade do Porto para receber a agência. Depois, a maioria dos partidos começou a criticar a escolha de Lisboa para ser a sede da agência. Na quinta-feira, foi noticiado que António Costa tinha defendido até “ao último momento possível” a candidatura do Porto para sede, mas a comissão de avaliação nomeada pelo Governo concluiu que Lisboa oferecia maiores garantias de êxito na corrida. 

Na sequência desta polémica, o eurodeputado Manuel dos Santos insultou a deputada Luísa Salgueira (chamando-a "cigana e não só pelo aspecto") por ter votado com os centralistas a favor da candidatura de Lisboa para receber a agência. António Costa defendeu a expulsão de Manuel dos Santos do Partido Socialista, considerando "uma vergonha" os seus "preconceitos racistas". Mais tarde, o eurodeputado defendeu-se na sua página do Twitter garantindo que não era "racista".

Agora, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa pediu uma "unidade nacional o mais ampla possível", em torno da localização escolhida para sede da agência, para que se cumpra o "grande objectivo" de trazer aquela entidade para Portugal, escreve a Lusa neste sábado.

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