Carlos César: "Não escolheria Centeno para orador de um comício"

Líder da bancada do PS rejeita a ideia de qualquer desconforto com mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa.

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Carlos César LUSA/JOÃO RELVAS

O líder da bancada do PS, Carlos César, negou que haja desconforto com a mensagem do Presidente da República, em que Marcelo Rebelo de Sousa comunica que aceitou a posição do primeiro-ministro de manter o ministro das Finanças, Mário Centen,o em nome da estabilidade

"Foi coordenada com o senhor primeiro-ministro e a mensagem que interpreto é de solidariedade institucional para com o Governo", afirmou aos jornalistas. Carlos César disse que a nota de Marcelo Rebelo de Sousa lhe causou "grande satisfação", já que o Presidente pensaria o que os portugueses pensam, que "este ministro tem muito sucesso". 

Questionado sobre a polémica quanto à actuação do ministro das Finanças neste caso, Carlos César respondeu com uma frase curiosa: "Sabe, eu não escolheria o doutor Mário Centeno para orador de um comício, mas ele foi muito bem escolhido para ministro das Finanças."

Ouvido na comissão de orçamento e Finanças, Mário Centeno foi confrontado com a declaração do líder parlamentar socialista. Congratulando-se com essa frase, o ministro das Finanças disse que "o exercício de governação não é um comício". "Não é nos comícios que se decidem nem os melhores ministros das Finanças nem nada que se possa passar pela acção governativa".

No comunicado, publicado na segunda-feira depois de ter recebido em Belém o ministro das Finanças, o Presidente aceitou a posição de António Costa de manter a confiança em Mário Centeno, "atendendo ao estrito interesse nacional em termos de estabilidade financeira". 

Alguns socialistas — como Porfírio Silva, Ascenso Simões e Vital Moreira — condenaram o teor da nota do Presidente da República e chegou a ser noticiado desagrado também em São Bento. 

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