Vinte dias de cinema chinês de ontem e de hoje em Lisboa

A primeira Festa do Cinema Chinês começa a 10 de Setembro: ao todo, serão mostrados 32 filmes, repartidos entre a Cinemateca e o Cinema Ideal.

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Se As Montanhas se Afastam, de Jia Zhangke, abre o programa DR

Depois das mostras dedicadas a cinematografias de países específicos, com a Festa do Cinema Francês à cabeça, terem conquistado os écrãs portugueses ao longo dos últimos anos, chegou a vez do cinema da República Popular da China. Na próxima quinta-feira, dia 10, arranca em Lisboa a primeira Festa do Cinema Chinês, possibilitando um olhar abrangente sobre uma produção que só a espaços chega ao nosso país – e, quando chega, o faz maioritariamente através dos filmes de autor presentes em festivais internacionais.

A Festa, que decorre de 10 a 30 de Setembro e foi organizada no âmbito de uma parceria entre as estruturas estatais da cultura de Portugal e China (e mais directamente pelas Cinematecas Portuguesa e Chinesa), propõe pelo contrário um olhar pelo passado e pelo presente, recorrendo a um grande número de títulos nunca exibidos entre nós, cruzando clássicos históricos com êxitos populares.

Ao todo, serão 32 filmes repartidos entre a Cinemateca e o Cinema Ideal. A Cinemateca exibirá um ciclo histórico de dez filmes que pretende desenhar o percurso cinematográfico do país dos anos 1930 aos nossos dias, indo de filmes clássicos como A Deusa (1934), de Wu Yonggang, ou Primavera numa Pequena Cidade, de Fei Mu (1948), a títulos-chave da “quinta geração”, como Terra Amarela, de Chen Kaige (1984), ou Ju Dou, de Zhang Yimou (1990). Em paralelo, mostrar-se-á uma retrospectiva de um dos principais cineastas chineses, Xie Jin (1923-2008), cuja obra atravessou a segunda metade do século XX e as várias convulsões da sociedade chinesa, com dez filmes dirigidos entre 1957 e 1997.

No Cinema Ideal, o foco será na produção contemporânea, com seis títulos oriundos de um dos múltiplos estúdios oficiais chineses, o Xiao Xiang Film Group, e outros seis de autores reconhecidos como Tsui Hark (The Taking of Tiger Mountain), Ann Hui (The Golden Era) ou Lou Ye (Blind Massage). Dois destes títulos são ante-estreias: A Assassina, de Hou Hsiao-Hsien, prémio de realização em Cannes 2015, e Se as Montanhas se Afastam, de Jia Zhangke. Este último será também o filme de inauguração oficial da Festa, a 10 de Setembro, em presença do secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier, do embaixador da China em Lisboa e de uma delegação de responsáveis do cinema chinês.

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