Claudio Magris recebe esta segunda em Lisboa o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

A cerimónia realiza-se na Fundação Calouste Gulbenkian.

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Claudio Magris quando recebeu em Frankfurt o Prémio da Paz dos Livreiros e Editores Alemães em 2009 REUTERS/Kai Pfaffenbach

O escritor italiano Claudio Magris recebe esta segunda-feira, às 18h, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, para a divulgação do Património Cultural.

O prémio, criado pela organização não-governamental Europa Nostra dedicado ao jornalismo cultural, Centro Nacional de Cultura (CNC) e Clube Português de Imprensa (CPI), visa distinguir um cidadão europeu que, ao longo da sua carreira, se tenha distinguido pela divulgação, defesa e promoção do Património Cultural Europeu.


Na primeira edição do prémio são também distinguidos, com “menções especiais”, o húngaro Olivér Kovács e o turco Ozgen Acar, por iniciativas relacionadas com o património, desenvolvidas nos respectivos países.
O italiano Claudio Magris é o primeiro galardoado com Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, pela sua “obra notável sobre a identidade europeia”, segundo o anúncio do CNC. O prémio é entregue hoje, numa cerimónia que conta com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.


O júri do galardão, que foi presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do CNC, justificou a escolha pelo facto de Claudio Magris ser autor de “uma obra notável sobre a identidade europeia, como realidade diversa que se deve preservar enquanto património material e imaterial”.


Para o júri, “a relação entre a Europa Central e o Mediterrâneo corresponde a uma exigência de uma identidade aberta e plural” e o conhecimento que Magris tem da Europa, “enquanto espaço de diálogo e de intercâmbio cultural, é muito perceptível, especialmente na sua obra sobre o Danúbio, mas igualmente em toda a sua rica produção literária”, segundo o comunicado divulgado em Junho pelo CNC, quando foi anunciado o nome do galardoado.


Claudio Magris, de 74 anos, é diplomado pela Universidade de Turim, titular da cadeira europeia do Colégio de França e é autor de vários livros de ensaio e ficção, como Atrás das Palavras, Microcosmos e A história não acabou.
Em Janeiro passado, Magris foi um dos 12 intelectuais, a par do filósofo italiano Umberto Eco, do escritor francês Bernard Henri Lévy e do escritor português António Lobo Antunes, que assinaram um manifesto no qual alertavam para uma possível desagregação da União Europeia, defendendo que só com união política se poderá salvar o projecto europeu.


Além de atribuir o Prémio Helena Vaz da Silva a Claudio Magris, o júri considerou também “os esforços continuados de Olivér Kovács e Ozgen Acar, o primeiro pela mobilização dos cidadãos a favor do Património da Hungria, e o segundo pela luta internacional contra o tráfico ilegal de tesouros do Património com origem na Turquia”, tendo deliberado atribuir-lhes uma Menção Especial.O júri foi presidido por Guilherme d’Oliveira Martins e integrou ainda Antonio Foscari, Francisco Pinto Balsemão, Irina Subotic, João David Nunes, José María Ballester e Piet Jaspaert.

A sessão prevê ainda uma homenagem aos galardoados portugueses com o Prémio Europa Nostra 2013: Liceu Passos Manuel, Chalet da Condessa d’Edla, Fundação Ricardo Espírito Santo e projecto SOS Azulejo, que venceu o Grande Prémio.

Helena Vaz da Silva foi jornalista, fez parte do núcleo fundador do semanário Expresso e dos quadros da Agência de Notícias de Portugal (ANOP), uma das agências de notícias na origem da Lusa, entre outros órgãos de informação.
Na década de 1980, presidiu ao CNC e à Comissão Nacional da UNESCO e, em 1994, foi eleita nas listas do PSD para o Parlamento Europeu.
Helena Vaz da Silva morreu aos 62 anos, em Lisboa, em 2002.

O escritor Claudio Magris apresenta na terça-feira, na Casa Fernando Pessoa (CFP), em Lisboa, o seu novo livro, Alfabetos. Traduzido por Antonio Sabler, editado pela Quetzal, é apresentado na terça-feira às 18h30, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa com a participação dos escritores Francisco José Viegas, editor da Quetzal, e Inês Pedrosa, directora da CFP, no bairro lisboeta de Campo de Ourique.

 
 
 
 

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