Gravidade premiado pela Guilda que há dez anos não se engana no Óscar de Melhor Filme

Alfonso Cuarón premiado domingo à noite pela Guilda dos Realizadores, que também distinguiu Soderbergh, Breaking Bad e o documentário egípcio The Square.

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Cuarón e o vencedor do ano passado, Ben Affleck FREDERIC J. BROWN/AFP

Nos últimos dez anos, os prémios da Guilda dos Realizadores norte-americanos têm distinguido, sem falhar, o filme que depois ganhará o Óscar de Melhor Filme. No ano passado, Ben Affleck, que nem estava nomeado para o Óscar de Melhor Realizador, venceu o prémio da Directors Guild of America e veria, passadas algumas semanas, o seu Argo levar para casa a estatueta dourada. Este ano, o indicador da Guilda foi para as mãos do mexicano Alfonso Cuarón, por Gravidade.

Gravidade ganha assim mais algum fôlego na corrida para os Óscares, a meta da temporada de prémios em curso e que tem como favoritos mais evidentes os filmes 12 Anos Escravo e Golpada Americana. O filme que levou Sandra Bullock ao espaço e que se estreou no último Festival de Cannes foi ontem premiado pelos realizadores de Hollywood, que votaram o seu par, Cuarón, como o melhor de 2013. Cuarón venceu o prémio, entregue domingo à noite em Los Angeles, pela primeira vez. “É verdadeiramente uma honra”, disse o realizador.

De acordo com a Reuters, os prémios da Guilda dos Realizadores, entregues desde 1948, só por sete vezes não coincidiram no seu prémio máximo com o Óscar mais cobiçado – o de Melhor Filme. Cuarón concorria com Paul Greengrass pelo thriller Capitão Phillips, com Steve McQueen por 12 Anos Escravo, com David O. Russell por Golpada Americana e com Scorsese por O Lobo de Wall Street.

Na semana passada, o prémio da Guilda dos Produtores foi entregue a Gravidade, mas também a 12 Anos Escravo, um raríssimo empate que mostrou que os produtores americanos divididos entre ambos os filmes. 12 Anos Escravo conta já também com o Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático e Golpada Americana tem o prémio de melhor elenco da Guilda dos Actores (Screen Actors Guild), também um indicador forte para os Óscares pelo facto de que a maior parte dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que votam para os prémios de 2 de Março serem actores. Gravidade concorre em dez categorias para os Óscares, entre as quais as de melhor filme, realizador, actriz ou fotografia.

Além do prémio para Gravidade, a Guilda dos Realizadores distinguiu o realizador egípcio Jehane Noujaim pelo seu documentário The Square, sobre a praça Tahrir como palco na revolução daquele país, um filme que está também nomeado para o Óscar de Melhor Documentário mas que ainda não se estreou no seu próprio país devido à censura.

Steven Soderbergh recebeu mais um prémio pelo seu telefilme que acabaria por também se estrear nos cinemas, Por Detrás do Candelabro - o biopic de Liberace que foi considerado demasiado gay para Hollywood. A Guilda dos Realizadores premiou o filme protagonizado por Michael Douglas e Matt Damon como Melhor Telefilme ou Minisérie. Mas o realizador foi premiado de outra forma, e de surpresa. Durante a cerimónia apresentada pela actriz Jane Lynch, Soderbergh foi chamado ao palco para receber, sem o saber com antecedência, o prémio Robert B. Aldrich Award pelo seu contributo para o sector. O tímido realizador foi saudado com uma ovação em pé.

Também na televisão, Vince Gilligan continuou a assistir à coroação póstuma de Breaking Bad – Ruptura Total, a série sobre um professor de liceu que se dedica ao fabrico e tráfico de crystal meth que terminou no Verão passado e que está a ser celebrada em todas as cerimónias de prémios deste ano. Gilligan, o criador da série, recebeu o prémio de Melhor Realizador numa Série Dramática. A sua congénere premiada na comédia foi Beth McCarthy-Miller por Rockefeller 30.

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