Daniel Barenboim deixa direcção musical do La Scala já em 2014

O maestro vai abandonar o contrato a meio e sai dois anos antes do previsto.

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Daniel Barenboim tinha contrato até 2016 AFP

Daniel Barenboim vai abandonar a direcção musical da prestigiada casa de ópera de Milão, o La Scala, dois anos antes de o seu contrato terminar. O maestro que assumiu o cargo de director musical em 2011 tinha contrato até 2016 mas decidiu sair já em 2014.

Os motivos que levaram o maestro, nascido na capital argentina, filho de judeus com origens na Rússia e que tem também nacionalidade israelita e espanhola e é ainda um cidadão honorário palestiniano, não foram revelados.

Segundo a AFP, Daniel Barenboim escreveu uma carta ao director do La Scala, Stéphane Lissner, a anunciar a sua decisão de abandonar o contrato a meio. Nesta segunda-feira, Lissner, que também está de partida do La Scala, deu a conhecer a decisão à administração da casa de ópera. A saída de Barenboim é para o director francês “o fim de uma era”.

O próximo ano vai ser assim de grandes mudanças no La Scala, uma vez que o próprio director vai mudar. O francês Stéphane Lissner vai sair em 2014 para dirigir a Ópera de Paris e será sucedido pelo director musical austríaco de ascendência portuguesa Alexander Pereira, até aqui o director artístico do Festival de Salzburgo.

Quanto à substituição de Barenboim, que em 2011 se tornou no primeiro director musical do La Scala desde a saída controversa de Riccardo Muti em 2005, ainda nada de se sabe. Os jornais italianos escrevem que o maestro Riccardo Chailly poderá ser o possível sucessor. Até porque Alexander Pereira já tinha manifestado o interesse de ter no La Scala um maestro italiano. De acordo com a BBC, a decisão oficial deverá ser anunciada em Novembro.

Esta decisão em nada afectará os outros projectos de Daniel Barenboim, de 70 anos. O maestro vai continuar a dirigir a Staatsoper Ópera de Berlim, cargo que ocupa desde 1992, e vai continuar com o seu trabalho na West-Eastern Divan Orchestra, a orquestra que criou em 1999 com intelectual palestiniano Edward Saïd (1935-2003) e que junta em palco jovens músicos do Médio Oriente, entre os quais palestinianos e israelitas.
 
 

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