Banco Efisa passa para as mãos da Pivot

Empresa, que ganha licença bancária, é detida por accionistas como Ricardo Santos Silva, Mário Palhares e António Bernardo.

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Efisa pertencia ao universo do BPN, nacionalizado em 2008 Hélder Olino

O Estado, através da Parparticipadas, fechou a venda do Banco Efisa à Pivot, uma sociedade que conta com três accionistas: a Aethel Partners (com sede em Londres e detida por Ricardo Santos Silva e pela norte-americana Aba Shubert), Mário Palhares (principal accionista do angolano Banco de Negócios Internacional, que entrou recentemente no mercado português) e António Bernardo (responsável da consultora Roland Berger para Portugal e para os mercados de Angola, Moçambique, e América Latina, além de Portugal).

O comunicado, enviado pelo consórcio vencedor, não dá conta do valor do negócio, mas, conforme já adiantou o PÚBLICO, este ronda os 38 milhões de euros.

Entre 2014 e este ano, o Efisa, do universo BPN, foi alvo de injecções de capital do Estado, no valor de 52,5 milhões de euros, e conseguiu manter a licença bancária activa, o seu principal trunfo na venda.  

De fora da corrida para a compra do Efisa ficou a Patris, uma holding de serviços financeiros, presidida por Gonçalo Pereira Coutinho, cuja proposta terá sido de valor inferior em cerca de 10 milhões à da Aethel. A Caixa BI, que assessorou o vendedor, estima os capitais próprios do Efisa, à data de 31 de Dezembro de 2015, em torno de 50 milhões de euros.

Apesar de estar sem actividade, desde 2009, o Efisa mantém uma carteira de crédito de 50 milhões, dos quais 30 milhões estão provisionados (de cobrança duvidosa). A dívida do grupo empresarial de Pais do Amaral, fundador da Patris (que tem adquirido sociedades do ex-BPN), ao Efisa representa 20% da carteira de crédito. 

“Apresentámos uma proposta de internacionalização para o Banco Efisa muito assente em mercados como Portugal, Brasil, Angola, e Moçambique com interesses estratégicos de investimento na Europa, América Latina, e África subsariana que vão permitir o crescimento sustentado do banco”, afirmou Ricardo Santos Silva, num comunicado enviado pela Aethel Partners. No caso de Portugal, refere-se, a ideia é apostar “na revitalização do Banco Efisa”.  

A nacionalização do BPN, em 2008, que foi reprivatizado em 2012 (passou para o BIC), já acarretou, até ao final do ano passado, um prejuízo efectivo de 2691 milhões de euros para os cofres do Estado. O levantamento, feito pelo Tribunal de Contas, mostra que, só no ano passado, entre receitas e perdas, o saldo foi negativo em 485 milhões.

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