Euribor a 12 meses já perdeu quase meio ponto percentual em dois meses

Os três prazos utilizados no crédito à habitação estão abaixo de 4% e a taxa a 12 meses é agora a mais baixa.

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Taxas associadas ao crédito à habitação antecipam cenário de descida Ricardo Lopes
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As taxas Euribor reforçaram a tendência de descida, encontrando-se actualmente abaixo dos 4% em todos os prazos. A inversão da curva é reforçada pelo facto de a taxa a 12 meses apresentar actualmente um valor mais baixo do que a de seis e mesmo de três meses, sinalizando uma provável alteração de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que tem uma a reunião marcada para esta quinta-feira.

A Euribor a 12 meses ficou praticamente inalterada esta terça-feira, ao subir apenas 0,003 pontos percentuais, para 3,754%. Este valor representa uma queda de 0,474 pontos, ou quase 0,5 pontos percentuais, face ao máximo do ano atingido em 29 de Setembro, nos 4,228%.

A taxa a seis meses também já perdeu 0,183 pontos desde o máximo atingido no corrente ano, mais concretamente a 19 de Outubro. Esta terça-feira, o valor fixou-se em 3,960%, com uma pequena variação de 0,005 pontos face à sessão anterior.

Já a Euribor a três meses baixou esta terça-feira face à véspera, ao ser fixada em 3,928%, menos 0,030 pontos, depois de ter atingido o máximo anual nos 4,002%, a 19 de Outubro.

A manter-se a descida das taxas Euribor, os novos valores serão reflectidos nos créditos à habitação a taxas variáveis a rever nos próximos meses, embora não se devam traduzir já em descida de prestações, tendo em conta que a variação do valor a pagar depende sempre daquele que serviu de base à última revisão e que poderá ser ainda mais baixo.

As taxas Euribor começaram a subir no início de 2022, impulsionadas pelo aumento da taxa de inflação, agravada com a invasão da Ucrânia pela Rússia, o que levou a uma subida de taxas de juro do BCE, a partir de Julho desse ano.

Agora, e depois de dez subidas consecutivas das taxas do BCE, a inflação está a cair de forma mais acelerada do que o esperado, afastando o cenário de nova subida e sinalizando mesmo uma eventual descida em 2024, mais cedo do que o previsto há poucas semanas.

A taxa de inflação na zona euro caiu para 2,4% em Novembro, aproximando-se, mais rapidamente do que o previsto, da meta de 2%.

Um dos primeiros sinais de provável mudança nas próximas decisões do banco central foi deixado por Isabel Schnabel, economista alemã que faz parte do conselho executivo do BCE, ao admitir que “o número mais recente da inflação tornou uma nova subida de taxas de juro bastante improvável”. Cenário que, uma semana antes, não excluía.

No mercado de futuros, os indicadores apontam para que, durante o ano de 2024, o BCE realize um corte de 1,25 pontos percentuais na sua principal taxa de juro de referência, que está agora nos 4%, com a primeira descida de 0,25 pontos a ser efectuada logo em Março.

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