Crédito à habitação com taxa mista atinge 64% dos novos contratos em Outubro

Ainda assim, os empréstimos a taxa variável continuavam a ser predominantes, representando 82,9% do total do crédito para habitação própria permanente no total de stock de crédito.

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Rui Gaudencio
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Os novos empréstimos à habitação com taxa de juro mista, fixa num período inicial e variável no período seguinte, representaram 64% do total contratualizado em Outubro, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Segundo as últimas estatísticas do banco central, o aumento que se tem vindo a observar no peso das novas operações a taxa mista tem-se reflectido na alteração de composição do stock de empréstimos para habitação própria permanente: entre Janeiro e Outubro de 2023, o peso do stock de empréstimos a taxa mista quase duplicou, passando de 7% para 13,3% do total do crédito para habitação própria permanente.

Ainda assim, em Outubro, os empréstimos a taxa variável continuavam a ser predominantes, representando 82,9% do total do crédito para habitação própria permanente.

Ao longo dos últimos meses, na sequência da subida das taxas de juro, os novos créditos à habitação com taxa de juro fixa ou mista têm vindo sucessivamente a aumentar, passando de um peso que historicamente rondava os 15% para bem mais de metade dos novos empréstimos contratados, reflectindo sobretudo a subida dos contratos com taxa mista.

A taxa Euribor a 12 meses, actualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de Junho e 28 de Novembro, baixou hoje para 3,794, menos 0,108 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 29 de Setembro para 4,228%, um novo máximo desde Novembro de 2008.

Depois de ter recuado em Agosto, a média da Euribor a 12 meses desceu em Novembro pela segunda vez no actual ciclo de subidas.

Segundo dados do BdP referentes a Setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respectivamente.

No mesmo sentido, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de Setembro e 1 de Dezembro, baixou esta segunda-feira, para 3,945%, menos 0,059 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde Novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de Outubro.

A descida da média da Euribor a seis meses em Novembro foi a primeira mensal no actual ciclo de alta.

Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,962%, mais 0,002 pontos, depois de ter subido em 19 de Outubro para 4,002%, um novo máximo desde Novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de Fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro directoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de Outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de Julho de 2022, após 10 subidas consecutivas. A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de Dezembro.

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