Ryanair critica subida de taxas nos aeroportos e ameaça fechar base na Madeira

Companhia low cost está contra proposta de aumentos das taxas da ANA em 2024. Presidente da Emirates diz que tema do aeroporto tem de ser resolvido e que as transportadoras querem voar para Lisboa.

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A Ryanair começou a voar para a Madeira em Março de 2022 HOMEM DE GOUVEIA

A companhia aérea low-cost Ryanair criticou a proposta da ANA para a subida das taxas nos aeroportos para 2024 e ameaçou fechar a base na Madeira, se não descerem os custos, de acordo com um comunicado hoje divulgado.

Na nota, a transportadora disse que a ANA - Aeroportos de Portugal, operada pela francesa Vinci, "está a tentar aumentar as taxas de forma excessiva e injustificada em todo o país, incluindo Lisboa (+18%), Porto (+13%), Faro (+12%), Açores (+8%) e Madeira (+9%)", alertando que isso terá "um impacto muito negativo na conectividade, no turismo e no emprego em Portugal, nomeadamente nas economias insulares".

A Ryanair considera que "não há qualquer justificação para estes aumentos excessivos de preços além das já elevadas taxas aeroportuárias da ANA", referindo que a gestora "não tem concorrência em Portugal".

Para a Ryanair, este aumento "é exactamente o oposto do que os aeroportos portugueses precisam", particularmente "os da Madeira e dos Açores, que dependem de taxas aeroportuárias baixas para impulsionar" a conectividade e o turismo.

"Surpreendentemente, em vez de procurar reduzir os custos de acesso às ilhas, a ANA está a tentar tornar o acesso ainda mais caro", destacou, com aumentos nas taxas na Madeira e nos Açores, "além dos aumentos excessivos aplicados no ano passado, prejudicando irremediavelmente a competitividade da Madeira e dos Açores".

Na mesma nota, a Ryanair disse que "já foi obrigada a encerrar a sua base nos Açores na sequência dos anteriores aumentos de taxas da ANA", e apelou à concessionária "para que reduza as taxas aeroportuárias para modo a evitar o mesmo destino para a Madeira".

Companhias querem voar para Lisboa, diz Emirates

Também no sector da aviação, o presidente da companhia aérea Emirates, Tim Clark, afirmou hoje que o novo aeroporto é um problema que deve ser resolvido, em vez de politizar o debate, e que é para Lisboa que as companhias aéreas internacionais querem voar.

O presidente da companhia aérea Emirates, Tim Clark, afirmou hoje que o novo aeroporto é um problema que deve ser resolvido, em vez de politizar o debate, e que é para Lisboa que as companhias aéreas internacionais querem voar.

"É um problema importante para Portugal, [...] é preciso reconhecê-lo, lidar com a questão, em vez de politizar o debate. Façam-no, construam-no e elas [as companhias aéreas] virão", afirmou Tim Clark, em entrevista à Lusa, ao Expresso e ao Eco, à margem do Festival Mundial de Aviação, em Lisboa.

Questionado sobre as diferentes opções que estão a ser analisadas, o presidente da companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos realçou que "é para Lisboa que a comunidade internacional da aviação quer voar", uma vez que é onde está o seu mercado.

"Se tiverem uma procura sem restrições e um aeroporto que consiga lidar com tudo isso [...] seriam o dobro do que são hoje", apontou Tim Clark.

As limitações do Aeroporto Humberto Delgado, onde a Emirates tem "dois preciosos slots" são, segundo o responsável, um problema para todas as companhias aéreas.

"Se vão construir outro aeroporto, construam-no. Construam-no grande o suficiente", sublinhou o presidente da companhia aérea, acrescentando que se trata de uma "oportunidade fantástica" de fazer um aeroporto tecnologicamente avançado e eficiente em termos de pegada carbónica.

Já quanto ao Porto, a Emirates pretende regressar ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde já esteve, assim que tiver toda a frota em operação.

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