Lisboa no pódio das cidades europeias com maior oferta de bicicletas e trotinetes partilhadas

A cidade portuguesa partilha o pódio com Bruxelas, Helsínquia e Paris no que toca à oferta de trotinetes partilhadas. Os dados fazem parte do ranking de 2023 da Campanha Cidades Limpas.

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Lisboa é das cidades europeias com uma maior oferta de bicicletas e trotinetes eléctricas partilhadas Nuno Ferreira Santos
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Lisboa é das cidades europeias com uma maior oferta de bicicletas e trotinetes eléctricas partilhadas Rui Gaudencio
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Lisboa é das cidades europeias com uma maior oferta de bicicletas e trotinetes eléctricas partilhadas, com mais de 20 veículos por cada mil habitantes. A cidade portuguesa partilha o primeiro lugar com Bruxelas, na Bélgica, Helsínquia, na Finlândia, e Paris, em França, que também receberam a pontuação máxima para cidades com muitas opções de partilha de bicicletas e trotinetes eléctricas.

A informação surge no mais recente ranking da Clean Cities, uma coligação de mais de 80 organizações europeias que está a levar a cabo a Campanha Cidades Limpas para forçar um aumento das exigências de descarbonização na Europa. Ao todo, foram consideradas 42 cidades europeias.

A edição de 2023 foca-se em quatro indicadores: na oferta de bicicletas e trotinetes eléctricas, na existência de autocarros com emissões zero, na disponibilidade de sistemas de partilha de carros (carsharing) eléctricos e nas infra-estruturas para carregar veículos eléctricos. Lisboa ocupa o 10.º lugar da lista final.

Foi apenas avaliada a oferta das cidades. Não foram consideradas as opiniões dos cidadãos ou a segurança dos veículos. Por exemplo, apesar de Paris liderar no número de trotinetes e bicicletas eléctricas para alugar, em Abril os cidadãos votaram em massa para banir estes meios de transporte devido ao desrespeito dos condutores pelas normas de segurança rodoviária. Bruxelas também tem planos em marcha para limitar o número de trotinetes partilhadas na cidade.

“A nossa classificação pretende fornecer informações importantes e novos dados sobre o estado da mobilidade urbana partilhada e com emissões zero em toda a Europa”, justifica a equipa da Clean Cities na apresentação do relatório.

As cidades incluídas no trabalho foram escolhidas pela sua importância para o debate sobre mobilidade nos respectivos países, mas também pela disponibilidade de dados.

Lisboa fica para trás nos autocarros eléctricos

Lisboa ainda tem um longo caminho a percorrer no que toca a autocarros eléctricos (apenas 2% da frota está electrificada), e sistemas de partilha de carro (carsharing). No primeiro trimestre de 2023, a capital portuguesa apenas contava com 15 autocarros com zero emissões de um total de 732 veículos. Ainda assim, a cidade portuguesa ocupa a 10.ª posição no ranking de Mobilidade Partilhada com Zero Emissões da Clean Cities.

A cidade portuguesa parece ter subido cinco posições relativamente ao ranking de 2022, mas os indicadores não são os mesmos. No ano passado, a coligação avaliou o espaço que cada cidade dedica a pessoas (por exemplo, passeios para peões e ciclovias para ciclistas), o acesso a meios de mobilidade amigos do ambiente, as políticas públicas e a qualidade do ar. Apesar da disponibilidade de veículos verdes, Lisboa foi considerada como uma das cidades que pior trata quem anda a pé (com uma pontuação de 2,5 em dez valores).

“A investigação [deste ano] complementa o ranking mais alargado da Campanha Cidades Limpas, publicado em 2022, que se centrou no espaço e na segurança da mobilidade activa, acessibilidade e preço dos transportes públicos, acessibilidade dos transportes públicos, ar limpo, políticas de mobilidade e infra-estruturas de carregamento de veículos eléctricos”, justifica a equipa na apresentação dos dados mais recentes. “Ao fornecer uma referência sólida e transparente do desempenho das cidades, a [actual] campanha tem por objectivo acelerar os progressos e ajudar os decisores políticos a identificar as acções necessárias para alcançar a mobilidade com emissões zero até 2030.”

Copenhaga, na Dinamarca, Oslo, na Noruega, e Paris, em França, ocupam o pódio final de 2023. No entanto, só Copenhaga e Oslo recebem a pontuação máxima (categoria A) pelos seus esforços.

Os autores salientam a importância de garantir que há espaço e regras para as infra-estruturas de mobilidade partilhada. “Isto inclui infra-estruturas para ciclistas, faixas de autocarro, estações de carregamento e estacionamento próprio para partilha de automóveis, bem como centros de mobilidade eléctrica”, lê-se no relatório. “Isto também ajudará a evitar conflitos entre peões, ciclistas e utilizadores de trotinetes eléctricas.”

Em Janeiro deste ano, o município de Lisboa tentou resolver problemas associados ao estacionamento incorrecto de trotinetes eléctricas ao identificar uma série de locais dedicados ao estacionamento destes veículos — os chamados "hotspots". Passou a ser proibido estacionar em zonas históricas, zonas de acesso a monumentos, nos passeios, nos acessos ao metro e em lugares de estacionamento automóvel.

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