TikTok anuncia ferramenta para os pais escolherem o que os filhos podem ou não ver

A plataforma de vídeos de curta duração deu a conhecer, nesta terça-feira, a nova estratégia que permite aos pais seleccionar o que os filhos devem ou não ver no TikTok.

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A par do acompanhamento familiar, a plataforma está a trabalhar na formação de um Conselho de Jovens Reuters/Danish Siddiqui
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​O TikTok anunciou, nesta terça-feira em Lisboa, uma nova ferramenta de acompanhamento familiar, que deixa os pais gerirem os conteúdos que os filhos vêem na aplicação. Ainda para promover a segurança dos utilizadores mais novos, a plataforma comunicou o lançamento de um Conselho Mundial de Jovens do TikTok, para ouvir as suas experiências e responder às suas necessidades, medida que deverá entrar em vigor ainda ao longo de 2023.

A aplicação de vídeos de curta duração, cujo conteúdo orgânico e fácil de consumir favorece a adesão de camadas mais jovens, já sofreu diversas ameaças de segurança cibernética. O Centro Nacional de CiberSegurança (CNCS) está ciente dos riscos da aplicação, devido à partilha de conteúdos que vão além do entretenimento, e preocupam profissionais de saúde, depois de casos de automutilação e distúrbios alimentares.

Até à data, a plataforma mantém-se activa em Portugal, mas já foi banida em alguns países, temporária ou permanentemente.

Para responder aos perigos da navegação, a plataforma anunciou, numa sessão alusiva à protecção de menores, dirigida por Emer Cassidy, responsável regional de políticas do TikTok, a criação de um mecanismo de acompanhamento parental. O objectivo, refere a empresa, é “encontrar um equilíbrio entre permitir às famílias escolher a melhor experiência para as suas necessidades e, ao mesmo tempo, garantir que são respeitados os direitos dos jovens de participar no mundo online”.

Para assegurar essa transparência, a partir desta terça-feira, os adolescentes (e vale a pena lembrar que para abrir uma conta no TikTok é preciso ter pelo menos 13 anos) só vão poder aceder às tags definidas pelos encarregados de educação, que personalizam o sistema de conteúdos por faixas etárias. Até ao presente ainda não existe, no entanto, nenhum método de certificação de identidade que assegure a idade dos utilizadores, ou seja, as crianças podem optar por seleccionar uma idade, sem que para isso lhes seja exigida qualquer verificação.

A par do acompanhamento familiar, a plataforma detida pela empresa chinesa ByteDance — e considerada um fenómeno mundial — está a trabalhar na formação de um Conselho de Jovens, uma oportunidade para os adolescentes manifestarem a sua opinião sobre a aplicação, uma vez que constituem o principal público-alvo. A iniciativa, que se prevê que arranque ainda neste ano, quer igualmente capacitar a comunidade e dar uma experiência apropriada à idade dos utilizadores.

Já em Março, o TikTok definiu um limite máximo de 60 minutos diários de ecrã, uma medida opcional, que pode ser desactivada a qualquer instante, mas que foi mantida por quase três quartos dos adolescentes, diz um comunicado divulgado pela plataforma.


Texto editado por Inês Chaíça

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