Swatch faz 40 anos e veio a Lisboa apresentar uma colecção de museus do mundo

São sete novos relógios inspirados em obras do MoMA, em Nova Iorque, da Fundação Magritte, em Bruxelas, da Galeria Uffizi, em Florença, e do Louvre Abu Dhabi.

impar,museus,moda,artes,lisboa,suica,
Fotogaleria
A obra do Nascimento de Vénus é uma das reinterpretadas pela Swatch DR
Arte
Fotogaleria
Outro modelo inspirado em Botticelli DR
impar,museus,moda,artes,lisboa,suica,
Fotogaleria
Um dos relógios inpirados em Roy Lichtenstein DR
impar,museus,moda,artes,lisboa,suica,
Fotogaleria
Mais pop art de Roy Lichtenstein DR
impar,museus,moda,artes,lisboa,suica,
Fotogaleria
René Magritte DR
impar,museus,moda,artes,lisboa,suica,
Fotogaleria
Também René Magritte DR
,MoonSwatch
Fotogaleria
Katsushika Hokusai DR

A suíça Swatch escolheu a capital portuguesa para apresentar a mais recente colecção de relógios inspirados em obras de arte. O lançamento, à venda a partir desta quinta-feira, assinala também a celebração dos 40 anos da marca de relojoaria pop e democrática. É um projecto que o director criativo, Carlo Giordanetti, acredita fazer eco especialmente em Portugal: “Os países latinos gostam de apreciar a beleza clássica, mas de a ver sob uma nova luz.”

Depois de, em 2022, terem sido reinterpretados seis relógios do Centro Pompidou, em Paris, esta é a primeira vez que a Swatch desenvolve a colecção com base nas obras de arte de vários museus em simultâneo. São sete novos relógios inspirados em obras do MoMA, em Nova Iorque, da Fundação Magritte, em Bruxelas, da Galeria Uffizi, em Florença, e do Louvre Abu Dhabi.

O objectivo é recriar o sentimento de estar perante uma obra de arte pela primeira vez, mas levá-lo para o pulso. A diversão da pop art é trazida por duas obras de Roy Lichtenstein, do MoMa. Ambas são uma explosão de cor, com detalhes curiosos, como o facto de o interior do relógio continuar os pormenores do quadro Girl.

Foto
Reverie, de Roy Lichtenstein DR
Foto
Girl, de Roy Lichtenstein DR

Já a obra do surrealista René Magritte surge reinterpretada igualmente em dois relógios. O famoso cachimbo — Ceci n'est pas une pipe ou A Traição das Imagens​— surge ao centro do mostrador, com a frase ao longo da pulseira. No interior uma provocação: ceci n'est pas une Swatch (este não é um Swatch, em português). “A ideia foi escolher obras de arte que representem um elemento da cultura da Swatch: Magritte é humor, a provocação do surrealismo”, explica ao PÚBLICO Carlo Giordanetti, também CEO do Swatch Art Peace Hotel.

Foto
O Filho do Homem, de René Magritte DR
Foto
A Traição das Imagens, de René Magritte DR

Em contraste à provocação de Magritte surgem as obras clássicas do Renascimento, com dois quadros de Botticelli Nascimento de Vénus e Alegoria da Primavera —, que celebram a natureza e a feminilidade. “Aprendemos a reinterpretar este tipo de arte clássica e a torná-la um objecto pop. É um óptimo exercício”, destaca o director criativo. O resultado são dois relógios mais delicados e até (literalmente) angelicais.

Foto
Alegoria da Primavera, do pintor renascentista Sandro Botticelli DR
Foto
Nascimento de Vénus, de Botticelli DR

Por fim, a viagem pelos museus do mundo, termina na fusão de dois quadros de Katsushika Hokusai do Louvre Abu Dhabi, neste emirado árabe: A Grande Onda e o Astrolábio. O mar dá vida ao mostrador do relógio e o astrolábio surge no interior da pulseira, porque sem ele não era possível navegar, lembra Carlo Giordanetti.

Foto
A Grande Onda de Kanagawa, pelo artista japonês Katsushika Hokusai, com um astrolábio no verso DR

“Uma história de amor”

As setes obras de arte em forma de relógio foram apresentadas em Lisboa, a 9 de Março, no Convento do Beato, apesar de não haver nenhum museu português entre os contemplados. Giordanetti explica: “Há uma história de amor entre Portugal e a Swatch e estávamos à procura de uma cidade onde pudéssemos juntar o passado, mas também a energia contemporânea da criatividade.” É que a capital portuguesa, assevera, “tem uma fantástica preservação do património, mas é uma cidade jovem”.

A proximidade entre o país e a marca suíça é bem conhecida. Em 2021, desenharam um relógio para a marca de gelados artesanais Santini, já lançaram um modelo inspirado na traçada arquitectónica lisboeta e colaboraram com a artista Joana Vasconcelos. “Portugal é um dos parceiros mais importantes que a Swatch tem. É parte do legado da nossa marca”, insiste.

Foto
O CEO da Swatch, Alain Villard, e o director criativo, Carlo Giordanetti DR

Carlo Giordanetti acredita que tal explique por sermos um povo “com um sentido de moda apurado” e, claro, pela acessibilidade da marca. Fundada em 1983, por Nicolas Hayek, a Swatch continua a manter-se no segmento mais acessível do mercado, por opção estratégica, e não estão previstas mudanças para os próximos 40 anos. “É obrigatório para a marca. Temos um compromisso de nos mantermos acessíveis e próximos das pessoas. [A Swatch] é para toda a gente.”

O director até diz, com humor, que já eram “uma marca inclusiva” antes de esse termo ter ficado na moda. A ligação ao mundo da arte faz parte dessa missão de democratização e recua quase até ao início do projecto. Em 1985, lançaram a primeira linha de relógios Art Special e, desde 2018, que têm lançado anualmente colecções em parceria com museus.

Os relógios estão à venda nas lojas de cada museu, a partir desta quinta-feira, e também nas boutiques onde a marca é vendida. Os preços variam entre os 95 e os 105 euros.

Sugerir correcção
Comentar