Governo alerta para risco de incêndios: “Pior conjugação de factores desde Pedrógão Grande”

Ministro da Administração Interna alerta para cocktail perigoso: temperaturas que podem alcançar os 45 graus, ventos fortes de leste, noites tropicais e trovoadas secas.

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O ministro da Administração Interna sobrevoou os fogos que lavram em Carrazeda de Ansiães e Ourém LUSA/MIGUEL A. LOPES

O ministro da Administração Interna alertou este sábado para a “pior conjugação de factores que há desde Pedrógão Grande”, em termos de risco de incêndios em Portugal, apelando a que se “faça tudo” para evitar que essa situação se repita.

“Quero transmitir, sublinhar, reforçar a mensagem de que efectivamente as condições são muito exigentes, e vão exigir muito de todos nós, para conseguirmos evitar o pior nos próximos dias. Evitar o pior significa mesmo enfrentarmos uma conjugação de factores que é, talvez, a pior conjugação de factores que há desde Pedrógão Grande”, afirmou José Luís Carneiro.

O ministro da Administração Interna falava aos jornalistas na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa, pouco depois de ter sobrevoado, a bordo de uma aeronave P-3C Cup+ da Força Aérea, os incêndios que lavram em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, e em Ourém.

Questionado se a actual conjugação de factores pode fazer com que se repita uma situação como a que se viveu em Pedrógão Grande, a 17 de Junho de 2017 – que fez 66 mortos –, José Luís Carneiro respondeu: “Tudo temos que fazer para o evitar”.

“Mas é evidente que as temperaturas que podem alcançar os 44 e os 45 graus, ventos de leste tocados para noroeste com mais de 60 quilómetros horários, em período nocturno, com noites consideradas noite tropicais, e com trovoadas secas (…) [fazem com que estejam] estão reunidas um conjunto de condições para que transformem os próximos dias nos dias mais exigentes que tivemos nos últimos anos desde Pedrógão Grande”, reiterou.

Há meios, mas são “finitos”

Interrogado se o Governo tem agora mais meios para fazer face a esse tipo de situações do que em 2017, José Luís Carneiro afirmou que “as autoridades competentes para o reconhecerem, têm reconhecido” o esforço feito pelo executivo para reforçar os meios de combate aos incêndios.

“Todos têm reconhecido (…) que nós evoluímos muito do ponto de vista das competências e das capacidades técnicas, dos meios humanos e da forma como organizamos os meios humanos e tecnológicos”, sublinhou.

O governante ressalvou, no entanto, que “os meios são sempre finitos à luz da escala das variáveis” que se experienciam actualmente no território português, apelando a que a população portuguesa não tenha comportamentos de risco nos próximos dias.

“Comportamentos seguros, não fazer fogo, não usar máquinas agrícolas, florestais, ajudar as queimas e as queimadas é mesmo a maior ajuda que o povo português pode dar aos bombeiros portugueses e que pode dar para a segurança colectiva”, enfatizou.

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