Gérard Depardieu critica excessos “loucos” de Putin na Ucrânia

Em 2013, Putin concedeu a cidadania russa a Gérard Depardieu, o que provocou protestos em França.

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Em 2013, Gerard Depardieu recebeu o passaporte russo das mãos de Vladimir Putin AFP/Arquivo

O actor Gérard Depardieu — que obteve a nacionalidade russa em 2013 e que elogiou Vladimir Putin no passado —, critica is seus “excessos loucos e inaceitáveis” na Ucrânia, o país que a Rússia invadiu a 24 de Fevereiro passado.

Esta quinta-feira, o actor disse à AFP, citado pela Reuters, que “o povo russo não é responsável pelos excessos loucos e inaceitáveis dos seus líderes como Vladimir Putin” e acrescentou que doará todo o lucro de três noites dos espectáculos que estão a decorrer em Paris, neste 1.º de Abril, às “vítimas ucranianas desta trágica guerra fratricida”.

Em 2013, Putin concedeu a cidadania russa a Gérard Depardieu, o que provocou protestos em França, onde o actor foi acusado de abandonar a sua terra natal para evitar uma nova taxa de imposto para milionários. Na altura, o actor manifestou a intenção de escapar à taxa de 75% sobre o rendimento dos mais ricos proposta pelo Governo de François Hollande, que acabou por não ver a luz do dia.

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Momento em que o actor recebe o passaporte das mãos do presidente russo AFP/Arquivo

O processo levou apenas duas semanas e o actor, que deu corpo a Cyrano de Bergerac, no cinema, recebeu o seu passaporte das mãos de Putin na residência do líder russo na costa do Mar Negro. Então, um curto comunicado no site do Kremlin dizia: “Conforme o Artigo 89.º da Constituição da Federação Russa, o Presidente deu instruções para aprovar o pedido de cidadania de Gérard Xavier Depardieu, nascido em 1948 em França.”

Dois anos depois, o actor foi impedido de entrar na Ucrânia e foi informado que estava banido do país durante os cinco anos seguintes. Em Agosto de 2015, o Ministério da Cultura da Ucrânia oficializou a proibição, divulgando uma lista de 14 nomes considerados serem “uma ameaça à segurança nacional” pelas declarações de apoio que os artistas tinham dado às forças pró-russas.

Acusado de violação e agressão sexual, em Março passado, o actor pediu a anulação da acusação que lhe foi feita pela actriz francesa Charlotte Arnould, mas um tribunal francês confirmou que existem “indícios sérios” que justificam que a acusação se mantenha, noticiou a imprensa francesa. A acusação foi feita por uma jovem actriz de 20 anos, que denunciou vários actos de violação e agressão sexual em Agosto de 2018 na casa do actor francês em Paris.

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