Empresas portuguesas já registaram 2000 ofertas de emprego para refugiados ucranianos

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem uma equipa disponível para acompanhar as pessoas que cheguem a Portugal, tentando escapar à guerra.

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Paulo Pimenta

A plataforma criada na segunda-feira para reunir as ofertas de trabalho disponibilizadas por empresas portuguesas para refugiados ucranianos já recolheu mais de duas mil vagas e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) criou uma equipa para acompanhar as pessoas que cheguem a Portugal, tentando escapar da guerra na Ucrânia.

A plataforma foi lançada pelo IEFP, na sequência da iniciativa do governo “Portugal for Ukraine”, para que as empresas carreguem online as oportunidades de emprego que têm disponíveis e identifiquem os perfis de trabalhadores que procuram.

“Neste momento já estão carregadas mais de duas mil ofertas de emprego, o que mostra bem a dinâmica das empresas que estão a aderir”, destacou a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no final do Conselho de Ministros extraordinário desta terça-feira.

Ana Mendes Godinho adiantou que as ofertas de emprego já registadas “são em todo o país” e dizem respeito a empresas tecnológicas, empresas de transportes – com muita procura de motoristas –, sector social, turismo e construção civil.​

Ao mesmo tempo, o Governo está a também a olhar para a base de dados de ofertas de emprego que normalmente é utilizada pelos empregadores no site do IEFP.

“Estamos a trabalhar com a sociedade civil, procurando comunicar estas ofertas de emprego junto das comunidades de cidadãos ucranianos em Portugal e de websites internacionais. Estamos a fazê-lo, nomeadamente, com o site lançado pela sociedade civil We Help Ukraine, para que estas ofertas sejam comunicadas em ucraniano”, acrescentou.

O IEFP informa, no seu site, que caso se identifiquem cidadãos ucranianos que possam satisfazer a intenção de contratação das empresas portuguesas, a oferta de emprego deve ser formalizada junto do instituto, para que possa haver acesso aos apoios disponíveis, nomeadamente as medidas “Ativar.pt” e “Compromisso Emprego Sustentável”.

O instituto promete ainda organizar cursos de português para estes cidadãos, mesmo após a sua integração na empresa.

Na segunda-feira, Conselho Nacional das Confederações Patronais condenou os ataques russos na Ucrânia e mostrou “total disponibilidade” para se articular com o IEFP na integração profissional dos refugiados que Portugal possa acolher nos próximos meses.

De acordo com a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), mais de meio milhão de pessoas fugiram da Ucrânia para países vizinhos desde a madrugada de quinta-feira, altura em que as tropas russas iniciaram a invasão militar do país.

O Conselho de Ministros aprovou um mecanismo simplificado para a obtenção de protecção temporária por parte de refugiados ucranianos, prevendo que os cidadãos que cheguem a Portugal tenham a garantia de ficar em situação regular, sendo-lhes atribuído de forma automática número de identificação fiscal (NIF), número de identificação da Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional e Saúde (SNS).

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