Bolsas recuperam e preços da energia aliviam, mas continuam sob pressão

Mercados interromperam o ciclo de agravamento e entraram em compasso de espera para ver qual o próximo passo que é dado no conflito por parte da Rússia.

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Alemanha já suspendeu o licenciamento do gasoduto Nord Stream 2 Reuters/Anton Vaganov

As principais bolsas europeias abriram esta quarta-feira a recuperar, embora de forma ligeira, dos impactos imediatos sofridos após a decisão da Rússia de enviar tropas para as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, na sequência do reconhecimento da sua autoproclamada independência da Ucrânia. O índice Stoxx Europe 600, que reúne cotadas de 17 países europeus (Portugal incluído), subia 1,05% pelas 10 horas, e o londrino FTSE 100 subia 0,5%.

Conforme destacou a Reuters, os mercados interromperam o ciclo de perdas e entraram em compasso de espera para ver qual o próximo passo que é dado neste conflito, que se pode agravar se a Rússia decidir invadir o restante território ucraniano.

Os preços de matérias-primas como o petróleo e o gás natural também aliviaram da tendência de subida, mas pouco, com o barril de Brent a situar-se nos 96,04 dólares, -0,83% face ao valor de ontem, e depois de se ter aproximado dos 100 dólares. O gás natural também aliviou um pouco, descendo 0,58% para os 4,47 dólares. A questão energética é determinante, já que a Rússia, que foi alvo de novas sanções por parte dos países ocidentais, é um importante abastecedor dos seus vizinhos europeus, como a Alemanha (que entretanto já suspendeu o licenciamento do gasoduto Nord Stream 2).

De acordo com os dados do Eurostat, é da Rússia que a UE importa 41% do gás natural, 27% do petróleo, e 47% do carvão. Do ponto de vista económico, além do impacto nos combustíveis e consumo doméstico, a subida de preços da energia pode pressionar mais a inflação, e a tendência para subir as taxas de juro, numa altura em que os bancos centrais tentam perceber qual o melhor caminho a seguir em termos de política monetária.

Segundo a informação prestada pelo Eurostat esta manhã, a inflação na zona euro em Janeiro foi de 5,1%, acima dos 5% registados em Dezembro (em Janeiro de 2021, o valor estava nos 0,9%). O maior contributo veio da energia, responsável por uma subida de 2,8 pontos percentuais (p.p.), seguindo-se os serviços, com 0,98 p.p. Portugal ficou abaixo da média, com uma taxa de 3,4%, cabendo o máximo, de 12,3%, à Lituânia.

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