Marcelo diz que detenção de Rendeiro mostra que ninguém está acima da lei

O Presidente da República define a detenção do ex-banqueiro como um “momento importante para a justiça (...) porque mostrou que ninguém está acima da lei”. E distancia-se das declarações polémicas de Rui Rio.

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O Presidente da República esteve este domingo no XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Aveiro LUSA/FERNANDO VELUDO

O Presidente da República assumiu este domingo que a detenção do ex-banqueiro João Rendeiro foi um “momento importante” porque mostrou que ninguém está acima da lei e disse que quem a associa às eleições legislativas “não tem noção”.

“Penso que foi um momento importante para a justiça portuguesa, para a confiança dos portugueses na justiça, confiança dos portugueses nas instituições que mandam, confiança dos portugueses na democracia e, nesse sentido, foi muito positivo porque mostrou que ninguém está acima da lei”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à saída do XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Aveiro.

As declarações de Marcelo contrastam com a tomada de posição pública do líder do PSD sobre o mesmo assunto, horas antes. O presidente do PSD, Rui Rio, sugeriu este domingo que a realização de eleições legislativas em 30 de Janeiro influenciou a detenção do ex-banqueiro João Rendeiro, no sábado, na África do Sul.

“O director da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em Janeiro”, publicou Rui Rio na sua conta na rede social Twitter.

Em conferência de imprensa no sábado, o director nacional da PJ, Luís Neves, revelou que João Rendeiro foi detido às 07h00 locais (05h00 em Lisboa) na República da África do Sul, onde chegou no dia 18 de Setembro, adiantando que o ex-banqueiro reagiu com surpresa à detenção “porque não estava à espera”.

O objectivo agora é “decretar o cumprimento da prisão” do ex-banqueiro, disse Luís Neves, em conferência de imprensa, na sede da PJ, em Lisboa, adiantando que o ex-banqueiro será presente a tribunal nas próximas 48 horas.

Questionado sobre quando deverá entrar em Portugal, o director nacional da PJ afirmou que “esse é um assunto que agora compete às autoridades judiciais da República da África do Sul”. Fonte da polícia sul-africana disse à Lusa que o ex-banqueiro será ouvido num tribunal de Durban na segunda-feira.

João Rendeiro, que em 28 de Setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efectiva, num processo por crimes de burla qualificada, estava no estrangeiro e em parte incerta, fugido à justiça.

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