Ryanair insiste que TAP devia libertar 250 slots semanais em Lisboa

Transportadora irlandesa acusa a companhia portuguesa de bloquear as autorizações de descolagem e aterragem no aeroporto Humberto Delgado.

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A Ryanair considera que a acumulação de slots pela TAP bloqueia a concorrência e a recuperação do turismo Rafael Marchante

O presidente do grupo Ryanair, Michael O’Leary, defendeu nesta segunda-feira que a TAP devia libertar, pelo menos, 250 slots no aeroporto de Lisboa, que não usa, e acusou a companhia aérea portuguesa de bloquear a concorrência.

“Nós achamos que a TAP devia libertar no mínimo 250 slots por semana [no aeroporto Humberto Delgado]”, disse o responsável do grupo aéreo irlandês, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Michael O’Leary acusou a TAP de bloquear slots (autorizações para descolar e aterrar num determinado período de tempo) na Portela, por saber com antecedência que não as vai usar, mas só as libertar com aviso prévio tardio de duas a três semanas antes de cancelar os respectivos voos.

“O Governo tem de forçar a TAP a libertar slots não utilizados em Lisboa”, sublinhou o presidente executivo da Ryanair, argumentando que a acumulação de slots pela TAP, que viu a sua rota reduzida nos últimos tempos, bloqueia a concorrência e a recuperação do turismo.

Não é a primeira vez que Michael O’Leary faz um ataque à política de slots da TAP no principal aeroporto português — já o fizera em Agosto, dizendo que havia 500 slots por usar por parte da concorrente portuguesa e que a Ryanair ficaria satisfeita com 200, em particular para o período da manhã e final do dia.

A companhia low cost anunciou na semana passada que, a partir do próximo Verão, vai começar a voar de e para o Funchal (Aeroporto Cristiano Ronaldo). O arranque da operação na Madeira começará com 40 frequências semanais, de dez rotas. Haverá ligações a Lisboa (com dois voos diários) e ao Porto (um voo diário), bem como rotas que entre o Funchal e Marselha, Manchester, Londres Stansted, Milão Bérgamo, Bruxelas Charleroi, Dublin, Nuremberga e Paris Beauvais.

Na semana passada, a Ryanair disse que o investimento com a presença no Funchal implicará um investimento de 200 milhões de dólares (178 milhões de euros, essencialmente ligados ao valor dos aviões), com a criação de “mais de 60 postos de trabalho directos na região e mais de 400 postos de trabalhos indirectos”.

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