OPEP+ mantém aumento modesto da produção de petróleo

Decisão pressiona os preços em alta e pode prejudicar recuperação da economia mundial.

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Reuters/Todd Korol

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP +) decidiram esta segunda-feira manter a estratégia de aumentar modestamente a produção, ignorando os apelos para um aumento mais significativo. Esta decisão, já esperada nos mercados, está a pressionar os preços desta matéria-prima em alta, o que pode prejudicar a recuperação económica mundial pós-pandemia.

“Tendo em conta os actuais fundamentos do mercado petrolífero (...), a OPEP+ confirmou o ajustamento da produção global mensal com um aumento de 400.000 barris por dia para o mês de Novembro”, anunciou o cartel em comunicado, após uma reunião realizada por videoconferência.

Assim, os 23 membros da aliança não parecem ter pressa em retomar os níveis de produção registados antes da pandemia, o que tem levado a um aumento dos preços, numa altura em que as economias ainda estão fragilizadas pela crise causada pela covid-19.

Nos mercados internacionais, a reacção foi imediata: os preços do petróleo WTI (de referência nos Estados Unidos) e do Brent do mar do Norte (de referência na Europa) subiram temporariamente mais de 3%, atingindo 78,38 dólares e 82 dólares, respectivamente.

Estes níveis são os mais altos registados desde Novembro de 2014 e Novembro de 2018, respectivamente.

Na semana passada, os analistas do Goldman Sachs ouvidos pela agência Bloomberg admitiam que, no cenário actual, o preço do barril pode ascender aos 90 dólares até ao final do ano. A aproximação do Inverno, período de maior consumo, terá um efeito acelerador da cotação desta matéria-prima. 

A subida do preço do petróleo, com reflexos também na produção de electricidade, tem levado a uma subida da inflação na Europa e nos Estados Unidos. 

Os membros da aliança OPEP+, que controlam mais de 40% da produção mundial, têm uma nova reunião sobre a produção no próximo dia 4 de Novembro.

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