Portugal apoia direito de manifestação e eleições “livres” na Bielorrússia

António Costa recebeu em Lisboa a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia.

Foto
António Costa com a líder da oposição da Bielorrúsia LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O primeiro-ministro, António Costa, recebeu nesta sexta-feira a líder da oposição bielorrussa e manifestou o apoio de Portugal ao direito de manifestação pacífica e à realização de eleições “livres e justas” no seu país.

Esta posição do primeiro-ministro de Portugal, país que detém a presidência do Conselho da União Europeia até Junho, foi transmitida através da sua conta pessoal na rede social Twitter, após ter recebido em São Bento Svetlana Tikhanovskaia.

“Recebi hoje Svetlana Tikhanovskaia. Assegurei-lhe que Portugal apoia o direito da população da Bielorrússia de manifestar-se de forma pacífica e de decidir o seu futuro em eleições livres e justas”, escreveu o líder do executivo português.

Na sua mensagem, António Costa refere ainda que “a democracia e o Estado de Direito estão no centro dos valores europeus”.

A líder da oposição na Bielorrússia iniciou na quinta-feira uma visita a Portugal, que se prolonga até domingo, reunindo-se, além de António Costa, com o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e com o antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso.

No sábado, a líder da oposição da Bielorrússia junta-se a uma manifestação organizada pela Associação PRADMOVA, liderada por representantes da comunidade bielorrussa em Portugal, para mostrar solidariedade com os presos políticos no país e chamar a atenção da comunidade internacional.

O Conselho Europeu decidiu prorrogar até Fevereiro de 2022 as sanções aplicadas aos apoiantes do regime de Lukashenko.

As sanções visam altos funcionários responsáveis pela “repressão violenta e intimidação” de manifestantes pacíficos, de membros da oposição e de jornalistas na Bielorrússia, bem como os responsáveis por fraudes eleitorais, além de “agentes económicos, empresários proeminentes e empresas que beneficiam e/ou apoiam o regime de Alexander Lukashenko”.

Estas medidas restritivas traduzem-se na proibição de viajar para a União Europeia e no congelamento de bens para pessoas constantes da lista, num total de 88 pessoas, incluindo o próprio Alexander Lukashenko.

Bielorrússia pediu extradição de Tikhanovskaya

A reunião entre António Costa e Svetlana Tikhanovskaya aconteceu no dia em que se soube que a Bielorrússia pediu a extradição da líder da oposição e adversária de Lukashenko na corrida presidencial.

“A Procuradoria-Geral da Bielorrússia pediu à Procuradoria-Geral da Lituânia que extradite Svetlana Tikhanovskaya para que esta possa ser processada por crimes contra a ordem e a segurança pública”, anunciou a entidade bielorrussa em comunicado, justificando estar a agir de acordo com um acordo bilateral de assistência jurídica de 1992.

Recorde-se que a política foi forçada a exilar-se na Lituânia na sequência das eleições (em relação às quais reclamou vitória) e depois de ter sido ameaçada pelos serviços de informação bielorrussos.

Sugerir correcção
Comentar