Costa manifesta “apoio à democracia e aos direitos humanos” na Bielorrússia

“Apelamos ao diálogo e à libertação de todos os manifestantes ilegalmente detidos”, adiantou o chefe do Governo.

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António Costa LUSA/TIAGO PETINGA

O primeiro-ministro português, António Costa, defendeu nesta quarta-feira o “apoio à democracia e aos direitos humanos” na Bielorrússia, que enfrenta sérias tensões sociais e políticas após as contestadas eleições presidenciais, mostrando-se também solidário com o povo bielorrusso.

Numa publicação feita na rede social Twitter, após uma cimeira extraordinária de líderes europeus nesta quarta-feira realizada por videoconferência e dominada pela situação na Bielorrússia, António Costa salientou que “a União Europeia [UE] está unida na solidariedade para com o povo bielorrusso e na defesa da democracia e dos direitos humanos”.

“Apelamos ao diálogo e à libertação de todos os manifestantes ilegalmente detidos”, adiantou o chefe de Governo português na publicação.

Minutos antes, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmara que a UE está solidária com o povo da Bielorrússia e vai apoiá-lo, ao mesmo tempo que sancionará os responsáveis pela fraude nas eleições presidenciais e pela violência, pois “não aceita impunidade”.

No final da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da UE realizada por videoconferência, Charles Michel disse em conferência de imprensa em Bruxelas que a mensagem “muito forte e unida” dos 27 para Minsk é “muito clara”.

“A UE está solidária com o povo na Bielorrússia e não aceita a impunidade”, pelo que vai adoptar “em breve” sanções contra “um número substancial de indivíduos responsáveis pela violência, repressão e fraude eleitoral”, vincou.

“Estas eleições não foram nem livres nem justas. Não reconhecemos os resultados apresentados pelas autoridades bielorrussas. O povo da Bielorrússia merece melhor”, declarou Charles Michel, que insistiu na necessidade de ser lançado um “diálogo nacional inclusivo” com vista a uma solução pacífica e democrática para a transição de poder.

Questionado sobre a sua conversa telefónica na terça-feira com o Presidente russo, Vladimir Putin, o presidente do Conselho Europeu indicou que lhe transmitiu “a convicção europeia de que é importante um diálogo nacional inclusivo” imune a “interferências externas negativas”.

A crise na Bielorrússia foi desencadeada após as eleições de 9 de Agosto, que segundo os resultados oficiais reconduziu o Presidente Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o afastamento de Lukashenko.

Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase 7000 pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos.

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