“Doses de ar”: no Brasil há quem tente enganar idosos no momento da vacinação contra a covid-19

Casos de falsas imunizações já foram incluídos na lista de fraudes apuradas pela Secretaria Nacional do Consumidor, com o apoio do Ministério Público do Brasil.

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No Brasil houve enfermeiros que injectaram ar no braço dos idosos ANDRÉ KOSTERS/Lusa

No Brasil foram identificados casos em que se tentou enganar idosos no momento de administrar a vacina contra a covid-19. Familiares de vários idosos, que os acompanhavam no momento da vacinação e que gravaram o momento com telemóveis, verificaram, através das imagens de vídeo, que os enfermeiros inseriram a agulha no braço, mas não injectaram a vacina. A CNN Brasil chama-lhe “doses de ar”.

Na zona de Niterói, no Rio de Janeiro, foram relatados três casos de falsa imunização, segundo o portal de notícias G1, noticiando ainda que uma das enfermeiras foi afastada, e que a correcta vacinação foi posteriormente garantida por outro profissional de saúde. 

Contudo, situações semelhantes repetem-se um pouco por todo o Brasil, como ocorreu com idosos nos estados do Alagoas, Goiás ou São Paulo, onde as imagens de vídeo das falsas imunizações foram rapidamente difundidas na Internet. 

Casos como esses, ainda que pontuais, já foram incluídos na lista de fraudes apuradas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), com o apoio do Ministério Público.

“Eu estava a filmar e percebi na hora que [a enfermeira] não tinha aplicado, pois a vacina estava toda na seringa. Questionei e ela admitiu que não tinha injectado. Disse que foi um erro e vacinou de novo”, relatou à imprensa Luciana, filha de Floramy de Oliveira Jordão, de 88 anos, que estava na lista prioritária para receber o imunizante contra a covid-19.

Face ao ocorrido, em algumas cidades do Brasil os profissionais de saúde passaram a ser obrigados a mostrar o frasco de vacina cheio, fazer a carga do êmbolo na frente do idoso e mostrar a seringa vazia após a aplicação.

Pandemia já matou quase 240 mil pessoas

O Brasil registou 528 mortes e 32.197 infecções no último dia, informou na segunda-feira o Ministério da Saúde brasileiro.

Os últimos dados ainda para um total de 239.773 óbitos e 9.866.710 diagnósticos positivos desde o início da pandemia, registada oficialmente no Brasil no final de Fevereiro de 2020.

No momento, a taxa de letalidade da covid-19 no Brasil permanece em 2,4% e a taxa de incidência é de 114 mortes e 4695 casos por 100 mil habitantes.

No Brasil, com cerca de 212 milhões de habitantes, o foco da pandemia é o estado de São Paulo (sudeste), que concentra 1.915.914 infecções e 56.304 mortos. No lado oposto, a unidade federal que reporta menos casos (53.455) e mortes (921) é o Acre, no Norte do Brasil.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o número de recuperados ultrapassou nesta terça-feira os 8,8 milhões, sendo que 821.698 pacientes encontram-se sob acompanhamento médico.

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