Caos de quarta foi “uma excepção”, mas comboios de Sintra andam cheios

Manter o distanciamento recomendado é quase impossível na hora de ponta da manhã, apesar de a oferta estar a 100% e existir um reforço de autocarros.

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Ricardo Lopes
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Abrem-se as portas automáticas que separam a estação ferroviária do terminal rodoviário de Agualva/Cacém e uma torrente de passageiros precipita-se em direcção ao comboio. Passa pouco das sete da manhã, está previsto que a composição com destino a Lisboa Oriente chegue em breve. Não há tempo para conversas. É subir as escadas, arranjar um espacinho na plataforma e tentar arranjar lugar sentado.

O comboio chega com ligeiro atraso, mas ainda relativamente vazio. Daí a minutos, quando passar por Monte Abraão, quase todos os lugares sentados estarão ocupados e aos passageiros vindouros só resta a opção de ficarem em pé.

Na Linha de Sintra, garantem os utentes que o PÚBLICO ouviu esta quinta-feira, os comboios têm andado bem compostos, mas não caóticos. Manter o distanciamento recomendado é quase impossível, sobretudo entre as 6h30 e as 7h30, mas a sobrelotação que se verificou num comboio na manhã de quarta-feira foi caso raro.

Devido a uma avaria detectada pelas 5h, alguns comboios foram suprimidos e os passageiros acumularam-se nas estações, enchendo os veículos seguintes para lá do recomendável. Edno Ribeiro, que gravou um vídeo de uma carruagem “a abarrotar” à passagem por Santa Cruz/Damaia, disse ao PÚBLICO que “muita gente se recusou a entrar”, tal era a quantidade de pessoas a bordo.

Esta quinta não houve supressões. O comboio que passou às 7h07 em Agualva/Cacém chega à Amadora com os corredores já povoados, tornando inevitáveis os encontrões. Não se vêem crianças a caminho da escola, os passageiros dizem que vão trabalhar. Às 7h24 passa na Damaia um comboio que saiu de Sintra com destino a Alverca. “Ontem estava vazio, em muitas carruagens não havia ninguém”, atesta uma utente. Ao aproximar-se a composição, constata: “Hoje já vem mais cheio.”

A bordo, outro passageiro relata que o comboio enche geralmente em Queluz/Belas e esvazia em Entrecampos. O transporte rodoviário de reforço, posto em marcha pela Área Metropolitana de Lisboa e que sai do Cacém e da Amadora durante a hora de ponta da manhã, parece não ser solução para muitos. Antes das sete, o IC19 está já com trânsito intenso.

“Ontem foi uma excepção”, diz um assíduo do comboio das 8h11 no Cacém. “Ontem havia mais gente, tenho estado a apanhá-lo sempre normalmente, com espaço”, afirma Maria Isabel, que faz limpezas numa escola de Queluz. “Tenho conseguido sempre sentar-me com distância dos outros. Se vejo que não há distância fico em pé”, afirma.

A CP tem a oferta das linhas suburbanas a 100% desde Maio de 2020 e diz que já não é possível pôr mais comboios ao serviço. O ministro das Infra-estruturas, que tutela a empresa, disse no ano passado que seria “inviável” a CP cumprir o distanciamento de dois metros nas carruagens suburbanas. Desde o início do desconfinamento que está em vigor uma regra que limita a lotação dos transportes públicos a dois terços da capacidade máxima.

A CP anunciou alterações à oferta na sequência do novo confinamento, mas estas incidem só sobre os serviços Intercidades e Alfa Pendular, mantendo-se inalterada a frequência dos urbanos e regionais. Com o anunciado fecho de escolas, creches e universidades a partir desta sexta é provável que a procura diminua.

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