Bragança: os Geadas têm nova carta no G e um vinho em nome próprio

O G Pousada tem carta nova desde o final de Outubro e na carta de vinhos do restaurante instalado na Pousada de São Bartolomeu, que colocou Bragança no mapa das estrelas Michelin, há agora uma referência muito especial.

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Nelson Garrido
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Os irmãos Gonçalves (ou Geadas, como são mais conhecidos) lançaram-se na aventura de fazer um vinho com a Arribas Wine Company, de Bemposta, Mogadouro, em Trás-os-Montes – na filosofia dos manos, não poderia ser de/noutra outra região.

Do Manicómio G Tinto 2019 (40€) só foram produzidas 350 garrafas. Uma experiência “por carolice e por exclusividade” para já, mas que é para continuar. “Já vai no segundo ano de vinificação”, explica António, gestor da pousada e escanção do G.

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Acompanha bem os pratos de caça que agora brilham na carta elaborada pelo irmão Óscar, como o Corço, tubérculos e cogumelos de temporada (32€). “A cada mudança da carta, trabalhamos com produtos da época. Para além da caça, agora temos a abóbora, a abóbora porqueira, que é boa quando lhe caem as primeiras geadas em cima, o mesmo acontece com a couve penca ou tronchuda. Temos os cogumelos – boletos, cantarelos, Amanita Cesarea quando há. O porco bísaro”, detalha o chef.

Embora as raças autóctones sempre tenham estado presentes na oferta do G, o bísaro “está nesta altura mais suculento”, explica. Alimentado a castanhas, outra estrela da estação, a carne do animal “está mais adocicada e com uma maior percentagem de gordura”. Os dois produtos aparecem juntos, de resto, no prato de Presa de porco bísaro, castanhas e marmelos (30€).

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Carabineiro e terrina de cozido, Cuscos de Vinhais, amêijoa pé de burro e gamba de Quarteira (entradas, 28 e 26,50 euros respectivamente), Bacalhau, grão de bico e chouriço de porco bísaro, Pregado, couve flor e pezinhos de coentrada (pratos de peixe 30€ e 34€), Mil folhas de tubérculos com abóbora (vegetariano, 28€), Castanha e baunilha e Chocolate boletus e avelã (sobremesas, 16€ e 17€) são outros pratos em destaque na nova temporada.

Voltando ao Manicómio G – referência de uma série que já fez sair um vinho com Dirk Niepoort, por exemplo –, este tinto de vinhas velhas (“Rufete, Tinta Gorda, Bastardo, Tinta Amarela…”) é, nas palavras de António, “um vinho controverso, que ganha pela delicadeza numa terra de vinhos muitas vezes rudes, muito encorpados”. Um “vinho de garagem” que passou por “uma fermentação selvagem e com leveduras indígenas”.

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Um passo provavelmente natural, se olharmos para uma carta de vinhos onde reinam os néctares feitos em Trás-os-Montes. “Devo ter à vontade 90 referências da região e 80% dos pairings que faço diariamente são com vinhos de Trás-os-Montes”, confirma o mais novo dos Geadas.

No G, há menus a 70€ (vegetariano), 77,50€, 90€, 125€ e 180€ – três, quatro, cinco e oito pratos, respectivamente – e o pairing de vinhos custa entre 25€ e 70€ – três a oito referências. Os dois irmãos abriram recentemente outro espaço, mais descontraído e com preços mais acessíveis na cidadela, o ConTradição, onde trabalham a mesma cozinha contemporânea portuguesa que em 2018 virou todos os holofotes para a Pousada.

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