Só uma conversa de cada vez: WhatsApp limita reencaminhamento de mensagens virais

A aplicação de troca de mensagens quer impedir a divulgação de informações falsas sobre a covid-19 na plataforma. E acredita que muita dessa informação circula através das mensagens altamente reencaminhadas.

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Reuters/Thomas White

O WhatsApp vai limitar a possibilidade de reenvio de mensagens: as mensagens virais só podem ser reencaminhadas a uma conversa diferente de cada vez. O objectivo é impedir que se propaguem mentiras através da aplicação, depois de ter sido detectado um aumento na utilização desta opção, muitas vezes para divulgar mensagens com conteúdo falso sobre a pandemia de covid-19.

“Acreditamos que é importante limitar a propagação dessas mensagens para garantir que o WhatsApp se mantém um lugar de conversas pessoais”, lê-se. As mensagens altamente reencaminhadas, que são identificadas pela aplicação e recebem o ícone de uma seta dupla, não são, na óptica dos responsáveis pela aplicação, de carácter pessoal, já que não foram escritas “por um contacto próximo”. São essas as mensagens que vão ser limitadas.

Os responsáveis pela aplicação de comunicação, usada por mais de dois mil milhões de utilizadores em todo o mundo, disseram, em comunicado, que observaram um “aumento significativo” no número de mensagens altamente reencaminhadas desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus e vários utilizadores referiram “que os fazem sentir assoberbados e podem contribuir para a propagação de informação falsa”.

Não é a primeira vez que estas mensagens são limitadas. Anteriormente, a aplicação testou esta opção com o objectivo de “criar constrangimentos à viralidade” de certas mensagens, e verificou um decréscimo de “25% no reencaminhamento de mensagens em todo o mundo”. A possibilidade de reencaminhar mensagens virais estava já limitada a 20 conversas de cada vez. 

Para combater a pandemia de covid-19, o WhatsApp está a trabalhar “directamente com ONG e Governos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e mais de 20 ministérios da saúde nacionais para ajudar a ligar as pessoas a informação fidedigna”. Já é possível, desde o final de Março, abrir um canal de conversa automático com a OMS e desfazer algumas dúvidas sobre a covid-19.

Com vários milhões de pessoas em casa, houve quem se virasse para as aplicações de troca de mensagens para encolher a distância física. Impedidos de comunicar cara a cara com amigos e familiares, há quem use o WhatApp para o fazer à distância. Essas conversas não vão sofrer qualquer alteração. 

Não é só com amigos e familiares que as pessoas se comunicam – muitas usam o WhatsApp também para falar com médicos e professores. A pensar neles, o WhatApp continua a garantir um “espaço seguro”, com mensagens “encriptadas de extremo a extremo”.

A pandemia, que já matou mais do que 70.000 pessoas em todo o mundo, foi acompanhada por aquilo que a Organização Mundial de Saúde apelidou como uma “epidemia de desinformação” (ou infodemia, numa tradução à letra). Vários Governos nacionais e empresas responsáveis pelas redes sociais foram instadas a combater este problema.

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