Ferro Rodrigues apela à luta contra o populismo e alerta para os “ventos com mau cheiro”

Presidente da Assembleia da República exorta deputados a defender o Parlamento através do “comportamento cívico e político".

Foto
RODRIGO ANTUNES/LUSA

Para o presidente da Assembleia da República os problemas da instituição a que preside chegam de dois lados: os problemas internos, com o desprestígio que conheceu nos últimos meses por causa das polémicas com as falsas presenças de deputados em sessões plenárias; e os problema de fora, com as ameaças populistas. E perante esta última ameaça Ferro Rodrigues diz que é preciso “defender o Parlamento”, porque “os ventos que vêm do lado de fora são ventos com um certo mau cheiro: começando pelos resultados na Andaluzia, em França, Itália, para não falar de muitos países mais a Leste, há um perigo muito grande de o populismo avançar”, disse.

No jantar de Natal com os deputados do PS, Ferro Rodrigues lembrou que a Assembleia da República tinha uma “imagem muito positiva” até há três meses, mas que nos depois disso sofreu “perdas” por causa de “chico-espertices” que resultaram em ataques. “Infelizmente em alguns aspectos tinham fundamento”, lamentou. E apelou a todos para que se juntem e defendam o Parlamento: “O populismo não é uma palavra retórica, o ataque ao Parlamento faz parte de qualquer estratégia populista, de extrema-direita. Temos de defender o Parlamento com os nossos valores e com o nosso comportamento cívico e político”.

Rodeado de socialistas, defendeu “a maneira firme como se colocaram perante aos ataques ao Parlamento”, porque permitiram “arrastar” outros grupos parlamentares para a mesma posição. Os socialistas ainda não têm um caso confirmado de falsas presenças no Parlamento, mas debaixo dos holofotes da dúvida está uma presença do deputado Nuno Sá, depois de notícias do Observador. César segura o deputado – que não estava presente no jantar de Natal – por dizer que este lhe garantiu estar presente no plenário em que foi registada a sua presença e de não haver provas que mostrem o contrário.

Sugerir correcção
Comentar