Três dezenas de precários do IEFP protestam e exigem integração nos quadros

Sindicato alerta que há formadores a recibos verdes há 15 anos.

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Instituto tem mais de três mil trabalhadores precários pcm patricia martins

Cerca de três dezenas de trabalhadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) protestaram nesta quinta-feira, em Lisboa, pela integração nos quadros daquela entidade e pelo reconhecimento das actividades formativas como uma necessidade permanente.

Pelas 15h30, os funcionários concentrados junto ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, empunhavam cartazes e faixas com várias palavras de ordem: "Chega de precariedade, somos necessários" ou "Integração já. Precários há 10,12,15 ou 16 anos".

"Os motivos que levaram à realização desta concentração prendem-se, sobretudo, com uma proposta de lei que está para promulgação e que não satisfaz as necessidades de integração no Instituto do Emprego e Formação Profissional. Estamos a falar de um instituto público que tem como principal missão o emprego e que o garante aos seus trabalhadores de uma forma precária", disse à Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), Sebastião Santana.

O sindicalista acrescentou que é necessário que "o senhor Ministro [Vieira da Silva] assuma a responsabilidade de dizer que o IEFP é uma necessidade permanente do país, que deve ser posta ao serviço dos portugueses e isso não se faz sem quadros definitivos".

"A tutela entende que as necessidades permanentes do instituto são revisíveis todos os anos, de acordo com o calendário de formações que as pessoas exigem. Nós entendemos que as necessidades formativas do país estão muito para além disto, e a prova concreta é que há trabalhadores há 15 anos com recibos verdes", vincou.

À concentração juntou-se a deputada do PCP Ana Mesquita que se dirigiu aos trabalhadores afirmando que o que exigem é "justo, necessário e urgente".

"É preciso dar o exemplo do combate à precariedade e garantir a estabilidade destes trabalhadores", disse.

Sebastião Santana enalteceu a presença dos funcionários do IEFP na concentração, referindo que a principal causa para não terem aderido mais trabalhadores ao protesto é o "medo" de que a sua prestação de serviços não seja renovada.

Questionado sobre a possibilidade de avançar com novas formas de luta, o dirigente garantiu que essa possibilidade está dependente da decisão do Ministério do Trabalho.

"Não havendo uma resposta do ministério que garanta que pessoas com 15 anos de serviço são, objectivamente, precários, estamos à disposição dos trabalhadores para encetar as formas de luta que entenderem adequadas", concluiu.

A Lusa tentou contactar o IEFP mas, até ao momento, não obteve resposta. 

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