Ambra Senatore e Sasha Waltz na nova temporada da Companhia Nacional de Bailado

O novo Dido e Eneias de São Castro e António Cabrita abre a programação 2017/2018, que terá duas convidadas internacionais.

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Passo, de Ambra Senatore DR

Uma nova versão de Dido e Eneias, o regresso de O Lago dos Cisnes, um ciclo dedicado à coreógrafa Tânia Carvalho e obras de Sasha Waltz, Ambra Senatore e Aldara Bizarro marcam a nova temporada da Companhia Nacional de Bailado.

Será Dido e Eneias, nova coreografia de São Castro e António Cabrita, a abrir, a 12 de Outubro, no Teatro Camões, em Lisboa, a temporada 2017/2018 da Companhia Nacional de Bailado (CNB), dirigida por Paulo Ribeiro, e divulgada esta quarta-feira.

Resultado de um convite da anterior directora artística da companhia, Luísa Taveira, esta peça, com música de Henry Purcell, considerada a coroa da ópera barroca inglesa, apresenta uma trágica história de amor. Os dois coreógrafos fizeram uma viagem pelo território barroco, alicerçada numa pesquisa musical e dramatúrgica, com a colaboração do escritor Gonçalo M. Tavares.

Mais tarde, já para o período do Natal (de 8 a 22 de Dezembro), regressa ao Teatro Camões O Lago dos Cisnes, na coreografia de Fernando Duarte, com um filme de Edgar Pêra. Esta peça terá interpretação musical da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Pedro Neves.

No âmbito dos 20 anos da carreira da coreógrafa e bailarina portuguesa, a temporada integra um Ciclo Tânia Carvalho, entre Fevereiro e Março de 2018, numa parceria com o Maria Matos Teatro Municipal e o São Luiz Teatro Municipal. O ciclo inclui a estreia de duas novas obras (S, numa criação para a CNB, e Um Saco e uma Pedra, peça de dança para ecrã) e também a remontagem com o elenco da CNB, na primeira colaboração de Tânia Carvalho com a companhia, de duas das suas peças mais significativas: Olhos Caídos, de 2010, e A Tecedura do Caos, de 2014, ambas estreadas na Bienal de Dança de Lyon.

Antes, ainda em Novembro deste ano, outra coreógrafa portuguesa, Aldara Bizarro, que tem vindo a trabalhar em projectos que cruzam a dança com outras linguagens, estreia Especialistas, uma peça "sobre a memória do corpo, o que este guarda ao longo do tempo".

Também o trabalho do bailarino e coreógrafo Romulus Neagu está representado nesta nova temporada, com a peça Nados Vivos (título de trabalho). De origem romena, Romulus Neagu reside e trabalha em Portugal há mais de uma década, tendo integrado a Companhia Paulo Ribeiro; desde 2000 desenvolve projectos de formação na área da dança para grupos específicos como comunidades de imigrantes e portadores de deficiência. Em 2018, Neagu terá a sua primeira colaboração com a CNB, com uma nova criação inspirada na obra dramatúrgica Seis personagens à procura de autor, de Pirandello, projecto coreográfico que pretende "mergulhar na dimensão humana e artística do intérprete/bailarino, propondo a realização de um exercício de reflexão e introspecção do indivíduo/artista, sobre a existência de uma relação triangular, às vezes conflituosa, entre a pessoa, o intérprete e a personagem, no acto da criação artística".

De fora

Mas também há nomes internacionais na nova temporada da CNB. Numa parceria com o Teatro do Bairro, Passo (2010), de Ambra Senatore, volta a apresentar-se em Lisboa, desta feita numa nova remontagem encomendada por Paulo Ribeiro para o elenco da companhia. A coreógrafa italiana que dirige o Centre Chorégraphique National de Nantes desde 2016, e que em 2016 trouxe Aringa Rossa ao Festival DDD – Dias da Dança, no Porto, foi também desafiada a fazer uma nova criação para a CNB, que será apresentada no Teatro Camões em Maio.

Ao Teatro Nacional de São Carlos, também em Maio, chega Impromptus, da coreógrafa alemã Sasha Waltz, presença regular em Portugal desde 1997 (a 4 e 5 de Outubro próximos estará no Centro Cultural de Belém, a Lisboa, com Kreatur, mas que só em 2018 terá o seu primeiro contacto com a CNB.

Impromptus é uma coreografia baseada na estrutura de uma composição musical clássica (quatro peças de Schubert para voz e piano) interpretada ao vivo, em palco. A peça foi desenvolvida com os bailarinos Maria Marta Colusi, Clémentine Deluy, Juan Kruz Diaz de Garaio Esnaola, Luc Dunberry, Michal Mualem, Claudia de Serpa Soares e Xuan Shi.

Em Junho, o Teatro da Trindade será palco de Nós Como Futuro, com direcção artística e plástica de Daniel Gorjão, numa coprodução entre o Teatro do Vão e a CNB.

Em digressão nacional estarão o espectáculo em reposição A Perna Esquerda de Tchaikovski, com texto e encenação de Tiago Rodrigues, e música original de Mário Laginha, com interpretação de Barbora Hruskova, e O Lago dos Cisnes.

Também irão continuar os ensaios gerais solidários, para angariação de fundos, e os projectos de aproximação à dança.

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