BCP: ajuda pública "foi um bom investimento para os contribuintes"

O BCP paga hoje os 700 milhões de euros que tinha em dívida ao Estado pela ajuda concedida em 2012, disse o administrador Miguel Bragança, sublinhando o benefício que trouxe aos cofres públicos.

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Nuno Amado fica agora com menos restrições na gestão. Miguel Manso

"Neste preciso momento, estão a ser pagos os 700 milhões de euros", disse o administrador financeiro do Banco Comercial Português (BCP) na sessão de apresentação em bolsa do recente aumento de capital do banco de 1,332 mil milhões de euros. Já em declarações aos jornalistas, à margem do evento, o gestor afirmou que com o fim da intervenção estatal no banco, este volta a ganhar "autonomia estratégica" para poder tomar as suas próprias decisões.

O BCP concluiu na semana passada um aumento de capital de 1,332 mil milhões de euros, que foi totalmente subscrito, tendo o grupo chinês Fosun, que já era o principal accionista desde final de 2016, reforçado a sua posição para 23,92%, ainda assim abaixo dos 30% a que poderia chegar, tendo em conta a autorização do Banco Central europeu (BCE). Já a petrolífera angolana Sonangol, segundo maior accionista, reforçou apenas ligeiramente, passando de 14,87% para 15,24%.

A operação de aumento de capital do BCP, levada a cabo pela administração liderada por Nuno Amado, visou sobretudo o reembolso total da ajuda estatal — faltavam devolver 700 dos 3000 milhões de euros de CoCos (dívida que pode ser transformada em acções em determinadas circunstâncias) subscritos pelo Estado em 2012 — assim como a melhoria dos rácios de solvabilidade.

Miguel de Bragança lembrou que o BCP pagou juros pela ajuda estatal nos últimos quase cinco anos e que ascenderam, no total, a 1000 milhões de euros. "Foi um bom investimento para os contribuintes e estamos contentes com isso", defendeu.

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