Já sabíamos que o acontecimento musical do mês de Abril no CCB será o Dias da Música, cujo programa foi apresentado há pouco mais de uma semana – vai acontecer de 22 a 24 e terá como mote A Volta ao Mundo em 80 Concertos, a partir do romance clássico de Júlio Verne e dos seus personagens Phileas Fogg com o fiel Passepartout.

Esta quarta-feira, em que o CCB voltou a tornar-se tema político e objecto de debate na Assembleia da República – e para além daquilo que pode ser consultado no site da instituição –, o serviço de comunicação da institutição avançou uma pequena selecção de espectáculos e produções, apresentada como “representativa de uma programação abrangente” e daquilo que o CCB vai oferecer até final do ano.

A programação definitiva “será apresentada durante o mês de Abril”, acrescenta a fonte do CCB, esclarecendo que, no essencial, ela foi já alinhavada no ano passado, mas carece ainda da “aprovação da tutela” para ser divulgada. Isto significa que também os programas de assinaturas – com excepção dos concertos de fado, já anunciados numa parceria com o Museu do Fado – terão de esperar por esse calendário.

Também na área da música, está já na agenda do CCB (dias 6 e 8 de Abril) A Flowering Tree, de John Adams, a ópera da temporada lírica do Teatro Nacional de São Carlos que será co-apresentada em Belém, numa produção que envolve a Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, sob a direcção musical de Joana Carneiro. 

Para Setembro, o CCB anuncia uma produção dos Músicos do Tejo, que interpretarão a oratória La Giuditta, composta em Roma em 1726 e considerada uma obra maior de Francisco António de Almeida (c.1702-1755) – a direcção é de Marcos Magalhães. No mesmo mês (dias 23 e 25), a passagem dos 110 anos do nascimento de Shostakovich será pretexto para dois concertos do DSCH - Shostakovich Ensemble.

Na dança, a Box Nova continua a dar atenção à coreografia portuguesa contemporânea com criações de Dinis Machado (Paradigma, 1 e 2 de Abril), Cristina Planas Leitão (Featuring Mortuum, 7 e 8 de Outubro) e Marco da Silva Ferreira e Jorge Jácome (Íris, título provisório, 9 e 10 de Dezembro).

Já como sala de acolhimento, o CCB recebe também em Setembro (dias 9 e 10), em estreia em Portugal, o sevilhano Isarel Galván, que em Flaconen revisita o flamenco rompendo com os cânones tradicionais do género.

No teatro, a agenda de Abril (dias 7 a 10) será marcada pela co-produção do CCB/Fábrica das Artes com o Teatro Nacional São João, A.L.I.C.E., uma criação do Teatro da Garagem ainda a assinalar os 250 anos da publicação do clássico de Lewis Carroll, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Trata-se de uma encenação de Carlos J. Pessoa, que será seguida pela realização de uma oficina de teatro e uma vídeo-performance-instalação em volta “dos sonos do sono de Alice”.

Em Setembro (dias 22 a 25), a Sala de Ensaio será palco de Um Diário de Preces, uma criação de Miguel Loureiro a partir de textos recentemente descobertos da escritora norte-americana Flannery O’Connor.

Ao longo dos próximos meses, na Sala Luís de Freitas Branco e no ciclo Música pra Ti (Fábrica das Artes), actuam Samuel Úria (2 de Abril), Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves (4 de Junho). Outros nomes da música portuguesa com concertos agendados são Benjamim (29 de Setembro), X-Wife (28 de Outubro) e Capicua (2 de Dezembro).