Catarina Martins: “Planeta Terra chama Pedro Passos Coelho”

Candidatura do Bloco de Esquerda esteve este domingo no Funchal, para vincar que os portugueses não estão condenados a escolher entre a direita e o PS.

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Bruno Lisita

Pensões e salários não se discutem, pagam-se por inteiro. A certeza de Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, foi reforçada durante a tarde deste domingo num almoço com apoiantes do partido na Madeira, em que os bloquistas quiserem vincar ao país que há vida para além de PSD/CDS e PS.

Nos últimos dias – continuou a dirigente bloquista – temos assistido a um discurso, em que se pretende passar a ideia que as “pessoas estão condenadas” a optar pelo PSD/CDS ou pelo Partido Socialista, como se não houvesse mais nada no país. Uma ideia que Catarina Martins diz ser um “gigantesco embuste” à democracia.

“A democracia não é isto, a democracia é muito mais forte”, garante, sublinhando que os portugueses “não estão condenados” a aceitar um corte de 600 milhões de euros nas pensões, como propõe a “direita”, ou o congelamento das pensões durante quatro anos como defende o PS, como não estão condenados a escolher entre aqueles que governaram mal ou menos mal o país.

As propostas do Bloco, garante a porta-voz do partido, vão no sentido de “defender o interesse público contra a negociata, contra a promiscuidade, e intransigentes no combate à corrupção”.

Mesmo sem fazer distinção entre socialistas e a coligação, as críticas de Catarina Martins foram todas para os partidos que governam o país. “Nós sabemos qual é a escola de PSD e CDS”, disse, falando do jardinismo e argumentando com as nomeações para cargos públicos com base em militância partidária feitas pelo Governo, e a carta subscrita por Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, que propôs a composição da direcção do agrupamento de escolas de Monção.

“Ser sério e ser consequente na política é defender aqui na Madeira o mesmo que se defende em todo o país”, continuou, referindo-se ao CDS que “faz de conta que é oposição” na Madeira, mas que em Lisboa vota favoravelmente políticas que prejudicam os madeirenses.

Sobre Passos Coelho, Catarina Martins é irónica. Diz que parece estar a falar de outro país, e percebe as razões da recusa do primeiro-ministro em estar no programa da TVI Isto é tudo muito bonito mas, de Ricardo Araújo Pereira, porque prefere fazer humor na campanha.

E perante, as convicções de Passos Coelho sobre a escola pública – “disse que nunca esteve tanto ao serviço dos jovens como agora” -, sobre o “capitalização” do Serviço Nacional de Saúde e sobre o Estado Social que “está bem e recomenda-se”, apetece a Catarina Martins dizer: “Planeta Terra chama Passos Coelho”.

 “Vamos lá acabar com isto”, disse Catarina Martins, pedindo aos portugueses para não desistirem de Portugal. “Não desistam de um futuro com dignidade, e que ninguém olhe para as pensões dos seus pais e dos seus avós serem assaltadas e fique de braços cruzados”, insistiu a coordenadora bloquista, que concorre pelo círculo eleitoral do Porto, alertando para a divulgação de resultados de sondagens.

Até ao dia 4 de Outubro, avisou, vão ser divulgadas sondagens para “todos os gostos”, mas a única sondagem que conta é o voto. “O único dia que conta é o dia do voto”, disse lembrando que nas últimas eleições realizadas em Portugal, as regionais na Madeira, o Bloco duplicou a votação e obteve o melhor resultado de sempre.

Antes, Paulino Ascensão, cabeça de lista pela Madeira, já tinha criticado a postura dos partidos do arco da governação. Agem, acusou, como se não tivessem responsabilidades na crise que se instalou no país.

“O Bloco de Esquerda está na campanha sem fingimento, com propostas de verdade, dizendo na Madeira o mesmo que diz no país e na Europa”, sublinhou o candidato, que subiu primeiro ao palco, montando no Mercado dos Lavradores, no centro do Funchal.

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