Costa: BE está "num concurso de sectarismo" para combater PS

Catarina Martins afirmou à TSF que o Bloco está disponível para um governo de esquerda mas recusa coligações com socialistas.

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António Costa pretende ser presidente da AML Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PS, António Costa, considerou nesta segunda-feira que o Bloco de Esquerda (BE) está "num concurso de sectarismo", com o objectivo de combater o seu partido e não a direita.

"Essa força política está num concurso de sectarismo, verdadeiramente não para combater a direita mas, pelos vistos, para combater o PS", afirmou aos jornalistas em Lamego, antes de uma visita à Festa de Nossa Senhora dos Remédios.

António Costa comentava declarações feitas nesta segunda-feira de manhã, no Fórum TSF, pela porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que disse que o BE está disponível para participar num governo de esquerda, mas rejeitou coligações com o PS.

"Essa declaração só confirma que quem quer derrotar a coligação de direita e quem não quer lançar o país na incerteza do futuro, sabe que tem que votar no PS", considerou Costa, reiterando que o objectivo do PS é a maioria absoluta.

Na opinião do líder socialista, a postura do BE não é "uma forma construtiva de estar na vida política". "Há partidos que vivem simplesmente para serem partidos de protesto, para estarem nas manifestações", criticou. 

Para António Costa, o que justifica que as pessoas estejam na política "é enfrentar e resolver os problemas concretos do país". "Eu não ando na política para proferir palavras. Estou na vida política para resolver os problemas no país. É por isso que me candidato e é aí que estou concentrado", assegurou.

Respondendo a questões dos ouvintes, no Fórum TSF, Catarina Martins revelou que da última vez que conversou com António Costa, depois do Congresso do PS e da Convenção do BE, os dois partidos não chegaram a qualquer entendimento sobre questões centrais, como a reestruturação da dívida.

Para a porta-voz do Bloco, o programa do PS “não é um programa à esquerda” e que, para liberalizar despedimentos ou fazer privatizações, “não tem nenhum sentido” entendimentos entre os dois partidos.

Já sobre o PCP, salvaguardou as diferenças entre os dois partidos, mas admitiu que há consenso em matérias centrais como a oposição a privatizações ou a defesa dos direitos do trabalho, entre outros temas.

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