BCE volta a aumentar níveis de liquidez para os bancos gregos

Montante da extensão do mecanismo de Assistência de Liquidez de Emergência não foi divulgado.

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Mario Draghi, presidente do BCE JOHN THYS/AFP

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu aumentar, pelo sexto dia útil consecutivo, a dimensão do mecanismo de liquidez concedido aos bancos gregos através de créditos de emergência.

“Hoje [sexta-feira] houve uma teleconferência do conselho do governo do BCE sobre a linha de liquidez de emergência, durante a qual o organismo esteve de acordo com os pedidos do Banco da Grécia”, assinalaram fontes próximas da autoridade monetária da zona euro.

O montante providenciado aos bancos gregos com a extensão do mecanismo de Assistência de Liquidez de Emergência (ELA, na sigla inglesa) não foi divulgado.

A braços com levantamentos em massa de depósitos e, com isso, necessidades de financiamento maiores, os bancos vêem-se forçados a obter liquidez junto do banco central para evitar a ruptura.

A assistência de liquidez de emergência é entendida como empréstimos de carácter temporário, para garantir que bancos solventes, mas temporariamente sem condições de se financiarem em condições normais junto do BCE, conseguem resistir. Os créditos são assumidos pelo banco central do país, mas a decisão de aumentar a assistência tem de passar pelo crivo do conselho de governadores do BCE.

Perante os avanços e recuos nas negociações entre a Grécia e os credores, os bancos gregos têm vindo a assistir a uma intensificação da fuga de depósitos. O aumento da dimensão da linha de liquidez de emergência evita um cenário que alguns analistas antecipam como inevitável – o controlo de capitais na Grécia.

Quando na última segunda-feira, antes da reviravolta nas negociações a meio da semana, se abria uma hipótese de acordo, o presidente da Comissão Europeia foi categórico a dizer que a imposição de um controlo de capitais não tinha sido discutida na cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro.

Esse foi um cenário que passou a realidade em 2013 durante a crise cipriota que levou ao resgate financeiro no país. A zona euro forçou então um controlo de capitais, não só com o encerramento de balcões dos bancos, mas também com a imposição de limites aos levantamentos de dinheiro, às transferências bancárias online e às ordens de pagamento.

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