Países da OPEP lançam grupo de trabalho para subir preço do petróleo

Objectivo é garantir a estabilidade do custo do petróleo nos mercados internacionais.

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O custo do Brent recuperou nas duas últimas semanas Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Perante a descida prolongada do preço do petróleo, embaixadores e adidos comerciais dos países membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) formalizaram, em Caracas, a criação de um grupo de representantes permanentes daquele organismo, com o objectivo de promover a subida dos preços do crude.

“A criação do Grupo de Embaixadores da OPEP na Venezuela faz parte dos esforços iniciados em conjunto pelo Governo Bolivariano (da Venezuela) e outros países interessados em promover o consenso internacional que permita estabilizar os preços do petróleo e mantê-los a um nível justo”, explica um comunicado do Ministério venezuelano das Relações Exteriores.

A decisão de lançar este grupo de trabalho acontece depois de o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter realizado um périplo internacional pelos países da OPEP à procura de apoio para lutar contra a descida dos preços o petróleo. Maduro contou com o apoio do Irão nessas visitas, mas produtores como a Arábia Saudita têm defendido a estratégia de não reduzir a produção para fazer subir os preços. Essas divergências entre os membros da OPEP mantém-se.

Depois da trajectória descendente do custo do petróleo nos mercados internacionais – o preço do Brent do Mar do Norte, referência para as importações portuguesas, está 43,5% abaixo do valor de há um ano –, regista-se agora uma recuperação dos preços. Nas duas últimas semanas, o custo do Brent acumulou uma subida histórica de 18%, passando para 57,93 dólares por barril.

A Venezuela defende que o preço justo do petróleo é de 100 dólares o barril, mas viu cair, desde Junho, mais de 50% do preço do crude venezuelano, cuja cotação ronda os 40 dólares norte-americanos por cada barril.

Caracas salienta o facto de a OPEP promover, desde a sua criação, o “fortalecimento do mercado internacional dos hidrocarbonetos, permitindo aos países produtores de petróleo obter um retorno razoável dos seus investimentos e assegurando o abastecimento contínuo e estável de crude aos países consumidores”.

Segundo Nicolás Maduro, “a cooperação dos países exportadores poderá voltar a trazer estabilidade aos preços do petróleo”. Apesar de a Venezuela ter as maiores reservas de crude do mundo, enfrenta graves dificuldades financeiras devido à queda dos preços, já que o país depende fortemente das receitas do petróleo, que lhe garantem 96% das suas divisas.

À OPEP, com sede em Viena, pertencem 12 países: Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Iraque, Kuwait, Qatar, Angola, Argélia, Líbia e Nigéria.

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