A Visabeira “teve uma reunião com um representante da Altice” sobre a PT Portugal, confirmou ao PÚBLICO o vice-presidente cessante da Visabeira, Paulo Varela, sem adiantar detalhes.O CEO da Altice, Dexter Goei, passou por Portugal para encontrar-se com os principais accionistas portugueses da PT SGPS (que, além da dívida da Rioforte, tem como único activo relevante a posição na Oi) e confirmar o interesse da empresa na PT Portugal. O PÚBLICO sabe que também já houve contactos entre a Altice e a Controlinveste, além do Novo Banco. Na próxima semana será a vez da Ongoing reunir com o grupo francês, disse à Lusa fonte da empresa portuguesa.

Para a maioria dos analistas, a venda do negócio português é o cenário mais provável porque só assim a Oi terá dinheiro para ir às compras no mercado brasileiro. Ontem, em declarações ao jornal brasileiro Valor Económico, Bayard De Paoli Gontijo, o administrador financeiro que substituiu interinamente Zeinal Bava, garantiu que a empresa será “protagonista do processo de consolidação [das telecomunicações] no Brasil.

Em entrevista à Reuters, o gestor disse ainda que a viabilização desses projectos de consolidação poderá ter de passar pela “venda de activos da Oi”. Se já é público que a Oi está à procura de interessados para as participações nos negócios africanos  que eram da PT (como a angolana Unitel), ainda não há indicação formal quanto à venda da PT Portugal.

Enquanto isso, a PT continua a cair em bolsa, a reflectir a relação umbilical com a acção da Oi (que tem estado no vermelho desde a saída de Bava). Na sexta-feira os títulos da PT desceram ao nível mais baixo de sempre, atingindo 1,23 euros, mas acabaram por encerrar a sessão nos 1,39 euros (ligeiramente acima dos 1,361 de 22 de Agosto, no meio da crise BES/Rioforte). Eduardo Silva, gestor da XTB, disse ao PÚBLICO que a acção “ainda pode cair muito mais antes de encontrar algum suporte”. “Não seria estranho” ver a PT a valer um euro, disse.